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Petróleo chega a US$ 20 o barril, menor registro desde 2002

Por Barani Krishnan

Investing.com – Os vestígios finais de qualquer apoio para o petróleo parecem ter desaparecido, com o mercado em força total na direção de romper o patamar psicológico dos US$ 20 por barril, preço alertado por analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) e outras instituições.

O WTI, índice de referência para os preços do petróleo negociados em Nova York, despencava em US$ 4,40, ou 16,17%, a US$ 22,91 por barril às 17:17 (horário de Brasília). A mínima da sessão foi de US$ 20,54, menor valor desde fevereiro de 2002, quando o WTI caiu para US$ 19,09.

O Brent, índice de referência para o petróleo negociado em Londres, despencava 9,5%, para US$ 26,00.

Na terça-feira (17), os analistas do Goldman previram que o tanto o WTI quanto o Brent atingiriam a média de US$ 20 por barril no segundo trimestre – primeira vez em que os dois tiveram previsões iguais – com Jeffrey Currie, seu diretor global de pesquisa de commodities, citando “perdas de demanda ao longo do complexo que são agora sem precedentes”.

Porém, alguns analistas sugeriram que o petróleo poderia ir para ainda menos de US$ 20.

“Os preços do petróleo ainda não voltaram quando eu comecei nessa indústria”, tuitou Olivier Jakob, fundador da consultoria Petromatrix, de Zurique, na Suíça.

Abhi Rajendran, diretor de pesquisa da Energy Intelligence, de Nova York, disse que os preços do petróleo abaixo de US$ 20 eram possíveis em seguida. “O principal fator é que, por uma semana ou duas, poderíamos ter um excesso de oferta no mercado global de mais de 10 milhões de barris por dia (bpd)”, disse Rajendran, acrescentando que isso era “insano e sem precedentes”.

Os preços do petróleo estão se dirigindo para perdas anuais históricas, com o WTI em queda de 63% para 2020, e o Brent, de 62%.

O colapso de uma tempestade perfeita de destruição de demanda causada pela pandemia de coronavírus e pelos massivos picos de produção planejados pela Arábia Saudita e pela Rússia em uma luta por participação em um mercado que diminui cada vez mais.

Mais cedo na quarta-feira, a Administração de Informação de Energia dos EUA reportou que os estoques de petróleo no país subiram para a oitava semana seguida, crescendo em cerca de 2 milhões de barris na semana passada, apesar de em menos do que os 3,2 milhões esperados por analistas.

Brasil

Na B3, as petroleiras enfrentam mais um dia de perdas com a queda brusca na cotação do petróleo. A Petrorio (SA:PRIO3), queridinha de parte do mercado, afunda mais de 35% para a casa dos R$ 9,53, devolvendo todos os ganhos dos últimos meses, quando rompeu os R$ 50. Do topo, a queda é de mais de 80%.

A Enauta cede 22% apenas hoje para R$ 6,77, um tombo de mai de 60% frente ao topo de R$ 18,69.

A Petrobras (SA:PETR4) segue caminho semelhante com recuo mais leve, na casa de 15% a R$ 11. Mais cedo, o UBS passou a prever que a companhia tenha que fazer ajustes no seu plano de negócio para se adequar ao preço do barril.