azul

Azul e Gol disparam 40% com medidas para corte de custos

Por Gabriel Codas

Investing.com – O setor aéreo é um dos mais atingidos com a crise causada pelo surto de coronavírus, com as ações de empresas do setor sofrendo forte desvalorização nas últimas semanas. No entanto, a sexta-feira é de recuperação nas ações da Gol (SA:GOLL4), e Azul (SA:AZUL4) no Ibovespa, com as medidas anunciadas pelo governo trazendo otimismo para os investidores. Na bolsa de Santiago, Chile, os papéis da Latam (SN:LTM) seguem a tendência.

Por volta das 12h30, os papéis da Gol saltavam 40,56% a R$ 8,49, com os da Azul disparando 46,2% a R$ 17,50. As duas ações estão entre as maiores altas da sessão, com a Azul na liderança, após sucessivas sessões liderando as perdas. Já na bolsa de Santiago, os papéis da Latam disparam 18,89% a 2.144,70 pesos chilenos, enquanto as ADRs (NYSE:LTM) da companhia na bolsa de Nova York estão em alta de 25,51% a US$ 2,46.

As três aéreas que operam no país decidiram colocar parte das suas equipes em licença não remunerada, além de fazer reduções nas jornadas de trabalho e de salários. De acordo com a edição desta sexta-feira do jornal Valor Econômico, os cortes na remuneração total de comissários e pilotos podem chegar a 80%.

A publicação explica que a folha de pagamentos é a segunda maior despesa das empresas aéreas, ficando somente atrás de combustível. Já os salários e benefícios representam entre 16% a 18% da receita.

A reportagem cita um analista do Banco do Brasil (SA:BBAS3) que estima que caso a demanda das companhias caia 50% da demanda, o prejuízo será de pelo menos R$ 1 bilhão, sem levar em consideração o dólar. Assim, a estimativa é que os cortes nas folhas devem ficar entre 30% e 50%.

Segundo o jornal, Latam, a Gol e a Azul estão em negociação com o sindicato do setor para a aprovação de programas de licença não remunerada e redução de salários e da jornada de trabalho para os meses de abril a junho.

Assim, as aéreas já abriram os programas de licença não remunerada de seus funcionários.

O corte na remuneração também atinge executivos de Azul e Gol. Na Azul, a redução será de 25% dos membros do comitê executivo até a normalização da situação, além de adiar a participação nos lucros e resultados em 2019. Na Gol, haverá um corte de 40% nos salários de abril, maio e junho dos diretores, vice-presidentes e o CEO da companhia, Paulo Kakinoff.