Ouro cai com bancos centrais se afastando do lado da oferta

Por Geoffrey Smith

Investing.com – Os preços do ouro recuavam novamente na terça-feira (31), sob pressão do reposicionamento do final do trimestre, mas também da percepção de que os bancos centrais de mercados emergentes, que foram grandes compradores de ouro nos últimos anos, agora precisam pressionar mais o mercado para defender suas moedas.

No fim de semana, o Banco Central do Equador afirmou ter levantado US$ 300 milhões por meio de um swap de ouro de um mês, que envolveu comprometer 240 mil onças de suas reservas.

Na terça-feira, o banco central da Rússia confirmou grandes expectativas ao dizer que iria parar de comprar ouro de produtores nacionais em 1º de abril, uma medida que reforçará suas reservas enquanto o banco luta para impedir que o rublo se deprecie muito rapidamente em relação ao dólar e ao euro. O banco já havia cortado suas compras em cerca de 40% no ano passado, quando os preços do ouro subiram para máximas de vários anos.

Às 15h14 (horário de Brasília), os contratos futuros do ouro para entrega na Comex caíam 2,3%, a $ 1.605,75 por onça, enquanto o ouro spot caía 1,9%, a $ 1.590,57. As oportunidades de arbitragem persistiram em meio a relatos de que as refinarias de ouro ainda estão lutando para enviar o metal para os armazéns reconhecidos pelas principais bolsas.

Outro fator que pesava sobre o ouro na terça-feira foi um segundo dia consecutivo de ganhos para o dólar, que recuperou seu equilíbrio da liquidação da semana passada. Um dólar forte eleva o preço do ouro nas moedas locais em todo o mundo.

Além disso, os futuros da prata subiam 0,4%, para US$ 14,19 a onça, enquanto os futuros da platina subiam 0,1%, para US$ 724,50.

Outros portos-seguro tinham desempenho misto. Os rendimentos do Tesouro de longo prazo subiam em resposta ao anúncio do presidente Donald Trump, via Twitter, de planos de US$ 2 trilhões em gastos com infraestrutura, uma ideia que, se aprovada pelo Congresso, encorajaria ainda mais os touros do ouro, que acreditam na degradação final de todas as moedas fiduciárias.