Petróleo

Petróleo tem alta, mas tensões com sobreoferta permanecem

Por Peter Nurse

Investing.com – Os mercados de petróleo subiam na quinta-feira (23), ainda a níveis baixos, em meio a tensões geopolíticas elevadas e enquanto os produtores tentam combater o excesso de petróleo.

Às 11h25 (horário de Brasília), os contratos futuros de petróleo dos EUA eram negociados em alta de 28%, a US$ 17,66 por barril, caindo para território negativo pela primeira vez na segunda-feira. O contrato de referência internacional Brent subia 10%, para US$ 22,48, mas perdeu cerca de dois terços do seu valor até agora neste ano.

Um fator que impulsionou a subida foi o tuíte ameaçador do presidente Donald Trump em relação ao Irã publicado na quarta-feira, o que adicionou certo prêmio de risco geopolítico ao preço do petróleo.

O Irã, que precisa de preços mais altos do petróleo, assim como os produtores do Texas, ficou feliz em participar do jogo na quinta-feira, alertando para uma “resposta rápida” a qualquer provocação dos EUA.

“Isso aumenta as tensões entre os EUA e o Irã. No entanto, dado o excesso que temos no mercado de petróleo, é difícil que isso ofereça um suporte duradouro ao mercado, a menos que a situação melhore ainda mais”, disseram analistas do ING em uma nota de pesquisa.

Outra evidência desse excesso foi o relatório da Agência de Informação de Energia publicado na quarta-feira, que mostrou que os estoques de petróleo dos EUA subiram em 15 milhões de barris na semana terminada em 17 de abril, para 518,6 milhões de barris, na quarta semana consecutiva em que os estoques cresceram mais de 10 milhões de barris, e perto de atingir o recorde histórico de 535 milhões de barris estabelecido em 2017.

Existem alguns sinais de esperança.

A produção de petróleo dos EUA caiu em 100.000 barris por dia na semana passada, para 12,2 milhões de barris por dia, e o regulador de energia de Oklahoma disse na quarta-feira que os produtores de petróleo poderiam fechar os poços sem perder seus arrendamentos, sugerindo que mais oferta deve ser cortada.

Porém, isso não é suficiente para compensar o excesso de estoque, e uma recuperação significativa da demanda ainda parece muito distante.