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Embraer tem recuperação com Mourão sugerindo parceria com a China

Por Gabriel Codas

Investing.com – As ações da Embraer (SA:EMBR3) operam com forte valorização no início da tarde desta terça-feira na B3, se recuperando da queda da véspera devido ao rompimento do acordo de compra do controle da divisão de aviação comercial da fabricante brasileira pela americana Boeing no último sábado.

Como plano B, o vice-presidente Hamilton Mourão sugeriu considerar a China como parceira da unidade de aviação comercial após o fim do acordo com a Boeing. Contribui para a alta as negociações da companhia com o BNDES para obter uma linha de financiamento.

Com isso, por volta das 12h11, os ativos somavam 6,66% R$ 8,17, depois de perder 7,49% na sessão de segunda-feira. Os ganhos estão acima do Ibovespa hoje, que subia 2,85% a 80.467 pontos.

Mourão

“Há males que vêm para bem”, disse Mourão durante videoconferência promovida pela consultoria Arko Advice. Ele afirmou que a Embraer continuará sob controle brasileiro e que a companhia poderá entregar um produto que a China precisa, conforme o país asiático amplia atuação na aviação doméstica.

“Nós temos o produto e eles têm a necessidade. Nós temos a tecnologia…É um casamento inevitável”, afirmou Mourão.

BNDES

O fim do negócio com a Boeing pode piorar a situação financeira da Embraer, segundo fontes do governo ouvidas pelo jornal O Globo, devido à crise provocada pela pandemia de coronavírus, que praticamente suspendeu as viagens aéreas com as medidas de isolamento social ao redor do mundo. Assim, as encomendas de novas aeronaves tendem a se reduzir.

Por ser uma empresa estratégica do ponto de vista de defesa nacional e comercial, o governo pode tomar providências para evitar a sua falência. As opções, além de parceria com um player estrangeiro, são por meio de financiamento do BNDES, seja por aumento da participação do banco no controle da fabricante ou em uma linha de crédito de longo prazo. Os executivos da fabricante já têm conversas com os dirigentes do banco de fomento. Vale ressaltar que os rumos da Embraer dependem do governo federal, que detém a golden share sobre a empresa, ou seja, a palavra final em uma decisão é da União.

Rating

A agência de classificação de risco de crédito S&P colocou o rating BBB- atribuído à Embraer em observação negativa após o fracasso no acordo para venda da divisão da área comercial da empresa brasileira para a norte-americana Boeing.

Embora tenha notado que a Embraer tem uma posição forte de caixa, com 3,3 bilhões de dólares, a S&P considerou que a companhia deve reportar métricas de crédito mais fracas em 2020, em função dos impactos da pandemia de coronavírus no mercado de aviação, com provável queda no volume de entregas e redução nos serviços de suporte.

“Além disso, consideramos um ritmo de produção mais lento do que o usual, o que pode resultar em significativas necessidades de capital de giro”, afirmou a S&P no relatório.