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Vale avança mais de 1%; mineradora voltou a lucrar no 1º trimestre

Por Gabriel Codas

Investing.com – Nos primeiros negócios da manhã desta quarta-feira na bolsa paulista, as ações da Vale (SA:VALE3) são negociadas com valorização na B3, um pouco acima da alta do Ibovespa hoje. A mineradora reportou que registrou lucro líquido de US$ 239 milhões no primeiro trimestre, ante prejuízo de US$ 1,64 bilhão no mesmo período do ano passado, informou a companhia nesta terça-feira em seu balanço financeiro.

Por volta das 11h05, os papéis tinham valorização de 1,57% a R$ 45,31.

O resultado também melhorou ante o último trimestre de 2019, quando a empresa registrou um prejuízo de US$ 1,56 bilhão, ao ser impactada por baixas contábeis em ativos de níquel e carvão e provisões relacionadas ao rompimento de barragem em Brumadinho (MG).

Para a XP Investimentos, a Vale reportou resultados em linha e espera uma reação neutra no preço das ações, o que é observada no momento. O EBITDA ajustado de US$3,0 bilhões, queda de -35% no trimestre, +5% diante da expectativa da XP e -1% do consenso. A geração de caixa de US$380 milhões foi -US$947 milhões abaixo do trimestre anterior devido ao menor EBITDA, apesar do menor investimento e pagamentos mais baixos relacionados à Brumadinho. Os analistas mantêm a recomendação de Compra para a Vale (preço-alvo de R$61/ação).

Na visão do BTG Pactual (SA:BPAC11), embora as ações da Vale sejam inegavelmente baratas em qualquer métrica, os analistas acreditam que a redução do risco da história da equivalência patrimonial será um processo gradual.

Com a China se recuperando mais cedo e seu balanço pouco alavancado, a equipe está confiante de que a Vale poderá ter um desempenho superior no curto prazo. Eles enxergam a negociação de ações em ~ 3,5x EBITDA 20, embora os riscos para a reintegração de seus dividendos tenham aumentado materialmente em 2020. Recomendação segue de compra.

A empresa destacou que o resultado financeiro do primeiro trimestre foi fortemente impactado pela desvalorização do real frente ao dólar, principalmente através do decréscimo no valor dos derivativos utilizados como hedge dos compromissos denominados em reais.

A Vale lembrou que protege parte de seus compromissos denominados em reais, tais como dívidas e futuros desembolsos relacionados à tragégia de Brumadinho, que já demandaram 3,6 bilhões de reais, entre acordos de indenização e pagamentos emergenciais.

Neste contexto, o resultado financeiro líquido foi negativo em 2,285 bilhões de dólares entre janeiro e março, contra um resultado negativo de 706 milhões de dólares no mesmo período de 2019 e de 840 milhões de dólares no quarto trimestre.

Uma das maiores produtoras globais de minério de ferro, a empresa teve um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 2,88 bilhões de dólares no primeiro trimestre, ante um Ebitda negativo de 652 milhões de dólares no mesmo período do ano passado e de 3,536 bilhões no quarto trimestre.

O Ebitda ajustado de minerais ferrosos da companhia somou 2,8 bilhões de dólares no primeiro trimestre, queda de 21% ante o mesmo período do ano passado e recuo de 37% na comparação com o quarto trimestre.

A Vale gerou 380 milhões de dólares em fluxo de caixa livre nas operações no primeiro trimestre, ficando 947 milhões de dólares inferior ao do quarto trimestre, principalmente devido ao menor Ebitda ajustado pró-forma no trimestre, que foi parcialmente compensado pelo investimento sazonalmente menor e por menores despesas relacionadas a Brumadinho.

Apesar da geração de fluxo de caixa livre e da redução de 549 milhões de dólares no valor em dólar americano da dívida denominada em reais devido à desvalorização da moeda, a dívida líquida permaneceu relativamente estável em 4,808 bilhões de dólares, devido ao efeito compensatório da desvalorização cambial sobre o saldo de caixa mantido em reais.