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Cielo tem queda após lucro cair 69,4% e ficar abaixo do consenso no 1º trimestre

Por Gabrel Codas

Investing.com – As ações da Cielo (SA:CIEL3) são negociadas com perdas nesta quarta-feira na Bolsa de São Paulo, indo na contramão dos ganhos do Ibovespa hoje. A adquirente mostrou nova derrocada do lucro no primeiro trimestre, segundo informou a companhia ontem após o fechamento do mercado.

As medidas de isolamento social tomadas para enfrentar a pandemia do coronavírus a partir de meados de março reforçou um cenário já adverso para a Cielo, maior empresa de pagamentos eletrônicos do país que sofre com o acirramento da concorrência com o surgimento de novos players no mercado.

De janeiro a março, o lucro somou R$ 166,8 milhões, queda de 69,4% em relação a igual período de 2019. Na comparação sequencial, o recuo foi de 24,6%. A estimativa do mercado era que os ganhos atingisse R$ 290 milhões.

Assim, por volta das 14h30, os papéis tinham queda de 2,39% a R$ 4,28.

O resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de janeiro a março somou R$ 573,9 milhões, queda de 30,7% ano a ano e de 13,3% ante o quarto trimestre de 2019.

Há cerca de uma década já enfrentando pressão nas margens, na esteira de entrada de dezenas de concorrentes no mercado de pagamentos, a companhia controlada por Bradesco (SA:BBDC4) e Banco do Brasil (SA:BBAS3) afirmou ter sido afetada pela forte queda na atividade econômica em função da pandemia.

O volume financeiro de operações pagas por meio da Cielo somou R$ 159,8 bilhões no trimestre, recuo de 16% na base sequencial, mas alta de 1,9% ano a ano. Segundo a empresa, o número refletiu a combinação de fatores sazonais, os primeiros efeitos da pandemia do coronavírus e o aumento nos descontos sobre alugueis de terminais a clientes.

“Como o desempenho operacional e financeiro da Cielo tem forte dependência do consumo nacional e consequentemente do volume de transações no mercado de cartões, a sociedade espera um impacto relevante em seus resultados de 2020, em particular a partir do 2º trimestre, a afetar as três principais linhas de receita (receita de comissão, de aluguel de terminais de pagamentos e de aquisição de recebíveis”, afirmou a empresa.

A líder de mercado de pagamentos enfrenta crescente desconfiança do investidor sobre o futuro, com as ações perdendo metade do valor em 2020 (o Ibovespa caiu 30% no período).

Para lidar com o atual ambiente, a Cielo informou que seu conselho de administração da Cielo aprovou mudar a periodicidade do pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio de 2020, de trimestral para anual.

Avaliação dos analistas

Na visão da XP Investimentos, a Cielo reportou um resultado negativo neste primeiro trimestre de 2020 (1T20), com lucro de R$ 167 milhões (vs. R$ 221 milhões no 4T19 e R$ 545 milhões no 1T19). Para os analistas, a queda reflete tanto o aumento na competição, quanto os efeitos já esperados de queda do volume neste primeiro trimestre devido à pandemia do coronavírus.

Assim, a equipe reitera a recomendação neutra e preço-alvo de R$ 5,00.