Por Gabriel Codas
Investing.com – Na parte da manhã desta quinta-feira, as ações do Bradesco (SA:BBDC4) operam com forte queda, que é maior que a baixa do Ibovespa hoje. O desempenho ocorre com o mercado recebendo de forma negativa o balanço da instituição, em um dia que predomina o pessimismo para o mercado de ações.
O banco teve lucro líquido recorrente, que exclui itens extraordinários, de R$ 3,753 bilhões, queda de quase 40% em relação ao ano anterior e abaixo da estimativa média de analistas de 5,975 bilhões, segundo dados da Refinitiv. O Bradesco reservou R$ 2,7 bilhões para cobrir potenciais perdas de crédito causadas pela pandemia do COVID-19, o que levou a instituição financeira a registrar um resultado abaixo das estimativas dos analistas no primeiro trimestre.
Com isso, por volta das 12h35, as ações preferenciais tinham perdas de 5,91% a R$ 19,42, com mínima em R$ 19,05, enquanto as ordinárias sofriam queda de 5,01% a R$ 17,83.
O UBS destaca que o lucro ficou abaixo das expectativas e do consenso, com o ROAE foi de 11,4% (contra 19,5% no 4T19), o nível mais baixo da história recente do banco, devido à provisão de R$ 2,7 bilhões em possíveis perdas com a pandemia do Covid-19. O UBS aponta que o lucro do banco seria de cerca de R$ 5,5 bilhões sem as provisões (um nível semelhante às expectativas). Embora acreditem que o tom da teleconferência será mais importante que os resultados do período, os analistas esperam uma reação negativa do mercado, como está ocorrendo.
As provisões para perdas com empréstimos do banco aumentaram 86% em relação ao ano anterior, para 6,708 bilhões de reais, já que o Bradesco espera maior inadimplência por parte de consumidores e empresas que enfrentam os efeitos econômicos da pandemia de Covid-19.
O Bradesco agora possui um colchão de proteção total de 5,1 bilhões de reais para enfrentar um cenário econômico adverso, que pode levar a mais calotes, falências e perda de empregos.
– Com contribuição de Reuters