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CESP reverte prejuízo e lucra R$ 53,8 mi no 1º tri; pessimismo castiga ações

Por Gabriel Codas

Investing.com – Na parte da tarde desta quinta-feira as ações da Cesp (SA:CESP6) operam com desvalorização, em linha com as perdas do Ibovespa hoje.

A companhia divulgou o balanço ontem, com lucro líquido de R$ 53,8 milhões no primeiro trimestre. Os ganhos no período reverteram prejuízo de R$ 158,2 milhões nos primeiros três meses de 2019. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 336 milhões, contra R$ 41,6 milhões no ano anterior.

Por volta das 16h00, os ativos tinham perdas de 3,29% a R$ 27,36. O Ibovespa caía 3,38% a 80.355 pontos.

A elétrica paulista tem um perfil robusto de clientes no mercado livre de eletricidade e não sofreu até o momento nenhum efeito negativo por renegociação de contratos de venda de energia, disse o presidente da companhia nesta quinta-feira.

O comentário vem em momento em que diversas empresas têm buscado negociar a flexibilização de contratos de energia no mercado livre devido à forte redução no consumo em meio à pandemia de coronavírus.

“Não esperamos impactos, ou impacto material, no resultado da Cesp”, disse o diretor-presidente, Mario Bertoncini, em teleconferência de resultados com analistas e investidores.

A Cesp, controlada pela Votorantim e pela canadense CPPIB, tem 22% de sua energia negociada com distribuidoras, no mercado regulado, e 78% no ambiente livre, onde grandes empresas negociam o suprimento diretamente com geradores e comercializadoras.

Mas 90% da energia negociada no mercado livre pela Cesp está concentrada em seis clientes que incluem empresas de mineração e de outros setores que têm sofrido pouco com a pandemia, apontou Bertoncini.

Ele afirmou que há “interlocução aberta” com alguns clientes, mas destacou que nenhuma negociação de flexibilização contratual foi concluída até o momento.

“E, se ocorrer, neste momento, dá para passar uma percepção de que será algo bastante razoável.”

Expansão

O presidente da Cesp também disse que a empresa pretende focar seus recursos no curto prazo apenas na manutenção e modernização de seus ativos e em eventuais negociações para redução do passivo contencioso.

“Não é ainda o momento de olharmos expansões. A Cesp, por obrigação, monitora sempre o mercado, está sempre em cima, mas não está na nossa estratégia imediata… estamos preparando a empresa para uma segunda fase, mas não é uma prioridade no momento, não estamos focados nisso”, afirmou.

O executivo comentou ainda que a Cesp tem expectativa de que possa ocorrer ainda em 2020 o julgamento em primeira instância de ação da companhia que questiona a indenização recebida do governo ao final da concessão da hidrelétrica Três Irmãos.

A ação está avaliada em R$v4,7 bilhões, em valores com base em junho de 2012, segundo a empresa.