Por Ana Julia Mezzadri
Investing.com – O BTG (SA:BPAC11) elevou a recomendação do preço-alvo para a Centauro para R$ 42, contra R$ 18 antes, e manteve a recomendação de compra após acordo com a Nike e nova oferta de ações.
Às 13h40, os papéis CNTO3 eram negociados a R$ 32,50 , em queda de 4,13%.
O novo preço-alvo e a manutenção da recomendação pelo banco refletem uma previsão difícil para o curto prazo, com uma reabertura apenas gradual das lojas físicas, mas perspectivas melhores para o longo prazo, dada a estrutura de capital sólida (a expectativa é que a dívida líquida/Ebitda alcance -0,5x em 2021) e proposta omnichannel, em que 18% das vendas já vinham de e-commerce em 2019.
Os principais fatores da perspectiva positiva do BTG são o aumento de capital de R$ 900 milhões concluído em 2019, com a emissão de 30 milhões novas ações, e a parceria anunciada com a Nike em fevereiro, responsável por acrescentar R$ 6 por ação ao preço-alvo e que deve corresponder a 30% de sua receita até 2025.
Com o acordo, cujo custo deverá totalizar cerca de R$ 900 milhões, a Centauro se torna a distribuidora exclusiva dos produtos da Nike em seu canal de varejo online por 10 anos e a operadora de lojas de varejo físico exclusivo da Nike no Brasil por 5 anos. A CNTO irá pagar direitos e taxas de marketing para a Nike.
Para o negócio de distribuição (cerca de R$ 1,4 bilhão em vendas de 2019, ou 70% do total), Luiz Guanais e Gabriel Savi, que assinam o relatório, assumem crescimento anual de 5% nos próximos anos, enquanto esperam uma margem bruta de 10% e margem Ebitda de 5%, em um padrão similar ao de outros distribuidores no Brasil.
Desde o IPO de 2019, a empresa também a empresa também anunciou uma parceria com a B2W (SA:BTOW3) para vender seus produtos no website. Porém nem tudo foi positivo no ano para a Centauro. Em junho, a empresa perdeu a Netshoes (NYSE:NETS) para a Magazine Luiza (SA:MGLU3) em uma disputa feroz. A expectativa da Centauro era incrementar seu omnichannel com a estrutura do Netshoes, o que acabou não ocorrendo.
Como resultado da mudança no mix por causa do forte crescimento da plataforma de e-commerce, que também deve ser impulsionada por sinergias omnichannel com as lojas da Centauro nos próximos anos, o banco vê a margem Ebitda chegando perto de 7% em 2025 (e acima de 10% no longo prazo) No novo preço-alvo, a Centauro é negociada a 49x P/E em 2021 (21% acima dos níveis atuais).