EUA

Fed mantém taxa de juros entre 0-0,25% na última reunião de 2020

-
-

Por Ana Carolina Siedschlag e Leandro Manzoni, da Investing.com – O comitê de política monetária do Federal Reserve, o FOMC, manteve o intervalo da taxa básica de juros dos EUA entre 0% e 0,25% após encerramento da última reunião de política monetária de 2020.

O resultado veio em linha com a expectativa do mercado, em que 95,2% dos investidores apostavam na manutenção, enquanto 4,8% previam uma redução para um patamar negativo, entre -0,25% e 0%, de acordo com o Monitor da Taxa de Juros do Fed do Investing.com. A decisão desta quarta-feira (16) foi unânime.

De acordo com o comunicado, o Federal Reserve está comprometido em usar todas as ferramentas disponíveis para apoiar a economia americana nestes tempos “desafiadores”, para promover o máximo de emprego possível e atingir as metas de estabilidade de preços.

O comunicado da reunião de dois dias aponta que a pandemia de Covid-19 está causando dificuldades “tremendas” nos EUA e no mundo e que a atividade econômica e do mercado de trabalho continuaram a se recuperar, mas ainda muito abaixo dos níveis do início do ano.

O comitê diz que as condições financeiras continuam acomodativas, em parte refletindo as medidas de política monetária e a liquidez de crédito a famílias e negócios, e cita que a demanda mais fraca e a queda nos preços do petróleo têm segurado uma alta da inflação aos consumidores.

O comitê disse estar preparado para ajustar a política monetária em caso de surgimento de riscos que possam impedir a obtenção das metas.

O Fed também anunciou que continuará a aumentar o programa de compras de títulos do Tesouro em US$ 80 bilhões por mês e em US$ 40 bilhões de hipotecas até que as metas de emprego e de estabilidade de preços sejam cumpridas. “Essas compras de ativos ajudam no funcionamento do mercado e em condições financeiras acomodativas, o que ajuda a manter o fluxo de crédito a famílias e negócios”, escrevem.

A mediana da queda do PIB dos EUA dos membros do Fed para 2020 caiu para 2,4%, contra projeção de retração de 3,7% em setembro. Para 2021 e 2022, o crescimento com expansão de, respectivamente, de 4,2% e de 3,2%, um pouco acima da mediana de setembro, de 4% e 3%.

A projeção para o mercado de trabalho teve uma sensível melhora. A mediana da projeção da taxa de desemprego em 2020 ficou 6,7%, reduzindo em 2021 e 2022 para, respectivamente, 5% e 4,2%. Em setembro, a projeção era, respectivamente, de 7,6%, 5,5% e 4,6%.

Enquanto a inflação em 2020 deve registrar alta de 1,2%, acelerando para 1,8% e 1,9%, ainda abaixo meta superior a 2% por um período de tempo desde o máximo emprego possível seja atingido, assim respeitando o duplo mandato de zelar pelo controle inflacionário e estimular o mercado de trabalho. Mesmo assim, a projeção para 2021 e 2022 é melhor comparada a de setembro, quando a mediana era, respectivamente, 1,7% e 1,8%.

Já o núcleo da inflação sofreu uma redução na projeção de 2020, com a expectativa de encerrar o ano em 1,4%, ante 1,5% na mediana de setembro. Para 2021 e 2022, a expectativa é maior do que em setembro, subindo respectivamente de 1,7% para 1,8% e de 1,8% para 1,9%.

Não há projeção de alta da taxa dos Feds Funds para os próximos três anos, respeitando o comunicado da decisão em que o Fed vai manter a política monetária acomodatícia o tempo que for necessário.