Estamos no último trimestre do ano, quando nosso foco se volta para planejar e começar a construir os resultados do ano seguinte. Para nós, que estamos no mercado de investimentos alternativos, 2022 apresenta perspectivas excelentes, fundamentadas em processos regulatórios e de mercado que estão em andamento neste momento.
Para começarmos, os números do mercado de private equity e venture capital de 2021 apontam para patamares recordes. E não apenas em aportes, mas também nas saídas, o que injeta capitalização nova no mercado para sustentar novos ciclos de investimento.
De janeiro a setembro deste ano, foram investidos R$ 38 bilhões em empresas de capital fechado, 120% acima do mesmo período de 2020, de acordo com a ABVCap. E as saídas totalizaram R$16,9 bilhões nos primeiros nove meses do ano, 42% a mais que no ano passado.
Mas além dos resultados expressivos, estamos vivenciando evoluções regulatórias que podem sustentar uma evolução ainda maior dos investimentos alternativos no Brasil, dando acesso a cada vez mais investidores.
Um exemplo é o estudo da CVM sobre o mercado de private equity no Brasil, que identificou um forte apetite do chamado “investidor de varejo” nesses produtos. O estudo apontou sugestões de mudanças regulatórias para ampliar acesso aos produtos de private equity, como a possibilidade de um fundo de investimento em participações ser listado em bolsa de valores, ou a redução do valor mínimo de patrimônio investido para classificar um investidor como qualificado.
Também nesse sentido tivemos algumas audiências públicas relevantes em 2020 e 2021, que propuseram flexibilizações importantes para o mercado de capitais, com impactos na indústria de alternativos. Entre as normas que estão em revisão neste momento, podemos destacar a ICVM 588/2017, que trata do crowdfunding de investimentos, as normas sobre os agentes autônomos de investimentos e as que tratam de ofertas públicas de valores mobiliários. Todas essas audiências públicas estão em análise pela CVM, e existe uma grande expectativa no mercado para a revisão da ICVM 588 ainda neste ano.
Também temos que destacar o avanço no sandbox regulatório da CVM, que aprovou os primeiros projetos. Foi um processo bastante rigoroso, do qual participamos de perto. As iniciativas aprovadas, em especial nossa BEE4, podem impulsionar ainda mais os investimentos alternativos e contribuir para o desenvolvimento do mercado de capitais nas próximas décadas.
Olhando a grande figura como um todo, vemos que estamos chegando a 2022 em um novo patamar. Há várias frentes em desenvolvimento, que muito provavelmente já começarão a causar impacto no mercado de capitais. Para nós, que atuamos no desenvolvimento da indústria de alternativos já há alguns anos, o momento é bastante favorável.
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