A XP Investimentos considera que a possível entrada de Nubank (ROXO34) no mercado de telefonia representa uma “ameaça” a Tim (TIMS3) e Vivo (VIVT3), “apesar dos riscos associados à execução e à falta de visibilidade do plano”.
Com uma participação de mercado de aproximadamente 22% no mercado de recarga pré-paga no Brasil, “o Nubank desafiou a lógica convencional e possui elementos-chave para o sucesso”, escreveram Bernardo Guttmann e o trio de analistas Marco Nardini, Matheus Guimarães e Rafael Nobre.
E justamente a fatia citada faz com que o ceticismo quanto a empresa de MVNO (sigla em inglês para mobile virtual network operator) diminua.
“Este fato, combinado com uma obsessão pelo baixo custo do serviço, deve permitir ao banco apresentar ofertas atrativas. Como resultado, nossas análises de sensibilidade indicam que o banco poderia atingir cerca de 11,0 milhões de usuários pré-pagos e 7,50 milhões de usuários pós-pagos em três anos”, destacam.
Isso significaria uma captura de uma participação de mercado de aproximadamente 7,0% e um VPL de US$ 655 milhões para o Nubank.
Para a TIM e a Vivo, analistas mensuram que o impacto poderia ser significativo, “com potencial perda de participação de mercado e redução do ARPU devido à entrada de um player com preços agressivos”.
Embora as informações sobre os planos do banco para esse mercado sejam limitadas, analistas da XP Investimentos acreditam que eles lançarão suas ofertas ao longo do terceiro trimestre de 2024.
Essa crença foi de certa forma reforçada pelo fato de o Nu ter recusado os pedidos específicos da XP Investimentos sobre o assunto. “Ficamos surpreendidos com o fato de este movimento de uma das maiores fintechs do mundo para este mercado ter passado despercebido ao mercado”, comentaram.
“Para o Nu, o potencial sucesso neste mercado, para além do seu core business, poderia reforçar a disposição dos investidores em atribuir um valor ainda maior aos elementos intangíveis, bem como confirmar sua capacidade de disrupção em novos negócios com potencial significativo de receita”, finalizam.