Acaba de ser divulgado o relatório da quarta edição da premiação MELHORES EMPRESAS PARA TRABALHAR GPTW 50+, da Great Place to Work. O objetivo do ranking GPTW 50+ é reconhecer e celebrar as empresas que são líderes em criar ambientes de trabalho excepcionais para profissionais mais maduros.
Interessante observar que o pilar etário ganhou um recorte de destaque dentro dos critérios de diversidade e inclusão do relatório desde 2020. De lá para cá, o número de empresas que se inscreveram para buscar a certificação e o total de funcionários impactados aumentou significativamente, sinalizando que o mercado de trabalho tem ampliado sua conscientização e suas ações na direção da equidade geracional.
Estamos caminhando, ainda que a passos lentos, na direção correta.
A pesquisa, respondida pelos funcionários das empresas de forma anônima, busca medir o compromisso das organizações com as práticas de ESG (Environmental, Social and Governance) e a percepção dos colaboradores com relação às 5 dimensões que traduzem, segundo critérios da GPTW, uma cultura organizacional de confiança:
- – 1. CREDIBILIDADE dos líderes diante dos liderados
- – 2. RESPEITO no tratamento para com os colaboradores
- – 3. IMPARCIALIDADE dos líderes em relação aos membros do time
- – 4. ORGULHO do colaborador em pertencer à empresa
- – 5. CAMARADAGEM entre indivíduos e equipes
Ou seja, empresa boa para pessoas com mais de 50 anos trabalharem é aquela onde as pessoas confiam na liderança, gostam das pessoas com quem trabalham e têm orgulho do que fazem. Eu diria que empresas com essa cultura organizacional são boas para todas as idades.
Perfil etário das 20 empresas do ranking GPTW 50+
Avaliando os resultados do perfil etário dos colaboradores dessas empresas, observamos alguns dados interessantes:
- – os profissionais de 26-34 anos continuam sendo a faixa predominante (35%), um pouco acima daqueles com 35-44 (31%).
- – as duas pontas (os mais jovens e os mais velhos) também se aproximam percentualmente – jovens abaixo de 25 anos representam 18% dos colaboradores e profissionais maduros com mais de 45 anos, 16%.
Este é um sinal positivo que justificaria o fato dessas empresas terem entrado no ranking, porque não é a realidade do mercado de trabalho no Brasil. Estima-se que a participação média de profissionais com mais de 50 anos nas organizações seja um pouco maior do que 5%.
Mas mesmo nessas empresas de destaque, quando detalhamos um pouco mais a avaliação dos dados da força produtiva mais velha, observamos que temos um longo caminho pela frente. Se pegarmos a faixa dos profissionais de 45-54 anos, ela cresceu em participação de 2022 para 2023 um ponto percentual apenas (de 12 para 13%), enquanto a faixa de funcionários com 55 anos ou mais caiu de 7 para 3 pontos percentuais.
O século XXI será o século do envelhecimento para o Brasil, uma enorme conquista, fruto da combinação de diversos fatores, entre eles os avanços da ciência e o crescimento econômico. Viveremos mais, logo, trabalharemos mais.
As empresas precisam acelerar a revisão de suas práticas de gestão de idade e aumentar o contingente de força produtiva madura, porque, caso contrário, sofrerão um apagão de mão de obra.
Em 6 anos, a população com 60 anos ou mais irá se equipar ao número de jovens entre 15 e 29 anos. E até 2040, metade da força de trabalho no Brasil terá mais de 50 anos, segundo projeções do Ipea. Não só por necessidade, mas por estratégia. Existe uma enorme oportunidade de se construir uma vantagem competitiva com a criação de ambientes geracionais mais diversos, o que, já está mais do que provado, gera resultados muito superiores para as organizações. E para a sociedade.
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