Após a aprovação dos ETFs de Bitcoin (BTC), um dos eventos mais aguardados pelos investidores em criptomoedas em 2024 finalmente chegou: o halving do BTC. Esse processo, que acontece a cada quatro anos, reduz pela metade a recompensa em Bitcoins recebida pelos mineradores por cada bloco validado na rede.
Mas por que o halving é tão importante? Como ele pode afetar o futuro do Bitcoin e, consequentemente, o bolso de quem investe na criptomoeda? A SpaceMoney preparou um conteúdo completo sobre o assunto.
Origem do Halving
O conceito de halving do Bitcoin foi incorporado por seu criador, Satoshi Nakamoto, desde o início da rede em 2009. Ele é programado na própria blockchain do BTC e especificamente a cada 210 mil blocos adicionados à rede do Bitcoin, a recompensa pela mineração é reduzida pela metade.
O que aconteceu nos halving anteriores?
De acordo com a análise de dados históricos, o halving do Bitcoin geralmente desencadeia um ciclo de alta no preço. Em 2012, o primeiro halving foi seguido por um aumento no preço do Bitcoin, de cerca de US$ 13 para mais de US$ 1,1 mil dentro de um ano. Nesse momento, a emissão caiu de 50 para 25 BTC por bloco emitido a cada 10 minutos.
Da mesma forma, após o segundo halving em 2016, o preço do Bitcoin aumentou de aproximadamente US$ 664 para US$ 17 mil em 2017 quando a emissão foi de 25 para 12,5 BTC. Quando a emissão caiu de 12,5 para 6,25 BTCs em 2020, o ativo reagiu positivamente com avanços de mais de 500% para US$ 67 mil.
Para que serve o halving?
No próximo halving, a recompensa passará de 6,25 para 3,125 bitcoins por bloco. Segundo o sócio da Ipê Investimentos, Fabio Murad, este ajuste “é estrategicamente projetado para controlar a inflação ao limitar a oferta de bitcoins, uma medida que pode teoricamente elevar seu valor a longo prazo caso a demanda se mantenha ou cresça”.
Quais são as expectativas para o Bitcoin com o Halving?
O CEO da Bitso Brasil, Thales Freitas, comenta que apesar de não ser possível “prever o que acontecerá no futuro do mercado”, está otimista com a reação do BTC após o evento, “tendo em vista a alta de preços que o Bitcoin experimentou nos últimos três halvings”.
“Especialmente porque estamos acompanhando um ano em que o Bitcoin tem atingido máximas históricas, impulsionado por grandes acontecimentos como a introdução de ETFs por grandes gestores financeiros tradicionais e a expectativa do halving”, argumenta Freitas.
A Bitso ainda relembra que “a escassez é um fator importante na determinação do valor de qualquer ativo”. “Com menos bitcoins novos entrando em circulação, aqueles que já estão em movimento se tornam mais raros e, portanto, mais valiosos. Este aspecto da escassez contribui para a atratividade do bitcoin como uma alternativa de investimento”, disse a plataforma.
Murad destaca que “a perspectiva de aumento de preço, devido à escassez induzida, gera um ambiente de expectativa e otimismo entre investidores, especialmente com o surgimento de novos fundos de investimento que integram o Bitcoin em seus portfólios”.
Porém, o especialista em criptomoedas da SpaceMoney alertou que “o impacto do halving nos lucros das empresas de mineração pode ser significativo se o preço do bitcoin não subir conforme antecipado”. Ele ainda argumenta que está “observando uma mudança estratégica significativa nas operações das empresas de mineração”.
“Companhias como a Marathon Digital Holdings estão não apenas expandindo suas infraestruturas para reduzir custos, mas também estão diversificando suas atividades comerciais. Além disso, algumas estão explorando oportunidades para se fundir com concorrentes menores ou vender tecnologias excedentes para setores como o de inteligência artificial”, destacou Murad.