A inflação no Brasil medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou para 0,21% em junho, na comparação com o mês de maio e abaixo do consenso do mercado financeiro que aguardava uma alta de 0,30%.
Com o resultado, a inflação acumula alta de 4,2% nos últimos doze meses e acima da taxa anualizada registrada em maio. O avanço se deu pelo efeito base, uma vez que a inflação em junho de 2023 havia sido de -0,08%.
Para julho, devemos ver pressões do grupo de Transportes, alerta André Valério, economista sênior do Inter, em vista o aumento no preço da gasolina recém anunciado pela Petrobras (PETR3)(PETR4).
Para o analista, de modo geral, o resultado do IPCA foi bastante positivo tanto do ponto de vista quantitativo e qualitativo.
“Devolveu toda a alta de maio, que foi amplamente influenciado pelos eventos catastróficos do Rio Grande do Sul. Com a redução da incerteza local após a última reunião do Copom com decisão unânime, o resultado contribui para devolver as altas precificadas na curva de juros”, comentou.
Outra consequência, de acordo com o economista, seria a redução do risco de uma eventual retomada de altas dos juros como chegou a ser precificado pelo mercado, o que, por sua vez, contribui para retirar pressões sobre a taxa de câmbio e ajuda a acomodar as expectativas.
“Além disso, a perspectiva de início do ciclo de cortes nos juros americanos em setembro contribuirá para esse cenário. Assim, vemos condições para o banco central manter a Selic inalterada em 10,50% até o fim do ano, com a eventual retomada do ciclo de cortes no primeiro trimestre de 2025”, conclui.