
Uma investigação interna da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) concluiu que ocorreram “crimes e graves desvios de comportamento” durante a gestão do general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), no escritório da Apex em Miami.
As informações são de Márcio Falcão, repórter do g1 e da Rede Globo.
Em comunicado divulgado nesta sexta-feira (12), a Apex informou que encaminhou o caso para a Justiça.
A investigação está relacionada a transações de joias e presentes de Estado nos Estados Unidos.
De acordo com a Apex, Lourena utilizou de maneira indevida a estrutura do escritório em Miami.
O relatório também menciona o afastamento das responsabilidades e o apoio a agendas antidemocráticas por parte de Lourena enquanto esteve à frente do escritório.
A agência acrescenta que, mesmo após sua demissão, Lourena continuou com o celular corporativo para compartilhar fotos das joias e obras de arte atribuídas ao ex-presidente.
Essas imagens foram feitas também pelo mesmo celular funcional.
A investigação revelou que o general se recusou a devolver o celular e o computador corporativo à ApexBrasil, além de apagar dados de forma irregular.
A agência ressalta que esses equipamentos deveriam ter seus dados apagados por uma empresa terceirizada de tecnologia, conforme os procedimentos padrão de devolução.
A Apex afirma que o passaporte oficial de Lourena, com visto de trabalho ligado à ApexBrasil, nunca foi devolvido.
Testemunhos indicam que o general visitava a sede do escritório nas semanas seguintes à sua demissão.
Sobre as alegações golpistas, a Apex informou que Lourena repetidamente expressou a convicção de que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, não tomaria posse, e que ele permaneceria no cargo em Miami.
A Comissão da Apex conclui que o desvio de função e a presença em um local onde um movimento golpista estava sendo articulado violaram as normas éticas da agência.