As criptomoedas, originalmente concebidas como alternativas descentralizadas às moedas tradicionais, estão agora sendo utilizadas em vários setores além do financeiro, sendo um dos métodos de pagamento mais versáteis. O aumento da utilização de tokens para transações indica o aumento da aceitação desses ativos na sociedade como um todo, assim como da maturação do mercado.
Empresas de vários segmentos estão começando a ver as criptomoedas não apenas como investimentos ou reservas de valor, mas como soluções reais para problemas de pagamento e transações comerciais. No varejo, por exemplo, grandes cadeias internacionais já permitem que clientes façam compras usando Bitcoin e outras moedas digitais. Esta tendência é também observada no Brasil, onde empresas locais começam a seguir o mesmo caminho, incentivadas pela facilidade de transação e pela redução nos custos de intermediários.
No setor de serviços, as criptomoedas estão facilitando transações mais rápidas e seguras. Desde agências de viagens a serviços de streaming, a adoção de pagamentos em criptoativos mostra um alinhamento com as preferências de um público que valoriza a agilidade. Como analisou os especialistas da cripotafacil.com, até as plataformas de jogo online, como os sites de cassino, estão adotando as moedas digitais. Esse setor, que tem crescido bastante e que deve se popularizar mais ainda com as novas leis, abraçou essa opção de pagamento para dar mais segurança aos jogadores.
Outro exemplo são as empresas do setor de moda, como a Reserva e a Calvin Klein em São Paulo, que começaram a aceitar Bitcoin desde 2018. Além disso, empreendimentos imobiliários e supermercados no Brasil também começaram a aceitar criptomoedas, aumentando as opções de pagamento disponíveis para os consumidores. A adoção dessas tecnologias pelas empresas também ajuda a aumentar a visibilidade da marca e a atrair um público que valoriza a segurança das transações digitais.
Mas, embora seja uma alternativa mais rápida e segura para fazer transações online, outras preocupações rondam esses ativos, principalmente relacionadas a regulamentação. No Brasil, o crescimento do mercado cripto está sob observação atenta de órgãos reguladores, como o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários, em relação à proteção do consumidor e a prevenção de crimes financeiros. A Lei 14.478/22 estabelece diretrizes claras para a operação de serviços de ativos virtuais, incluindo a necessidade de autorização do Banco Central para funcionamento dessas entidades.
Este marco legal também introduz normas mais rigorosas para combater crimes financeiros e exige que as empresas de criptomoedas mantenham registros detalhados de suas transações. Além disso, o Banco Central está desenvolvendo regulamentações específicas para segmentar e estruturar melhor o setor, seguindo uma abordagem faseada que considera as características distintas dos diversos serviços e produtos oferecidos pelas plataformas de criptomoedas. Isso inclui a definição de requisitos para a obtenção de licenças operacionais e a supervisão mais próxima de suas atividades.
A popularidade das criptomoedas em setores de serviços no Brasil pode ser devido ao aumento na instalação de aplicativos relacionados a criptomoedas, que cresceu 196% em 2024. Dados de uma pesquisa da Kaiko indicam que, apesar das flutuações do mercado, o volume de transações em criptomoedas no Brasil aumentou 30% nos primeiros meses de 2024, alcançando 6 bilhões de dólares. Isso coloca o Brasil como líder no mercado latino-americano, e mostra o potencial das criptomoedas no país.
As stablecoins, principalmente, estão se tornando cada vez mais populares, representando quase metade de todas as operações cripto no país esse ano. O aumento da participação de mercado do Tether, por exemplo, mostra uma tendência de busca por estabilidade e menor volatilidade dentro do ecossistema de criptomoedas. A preferência por stablecoins está alinhada com a busca por alternativas seguras para proteger o valor dos ativos em meio à instabilidade econômica. As stablecoins mais utilizadas no Brasil, além do USDT, são o USD Coin (USDC) e o BRZ, uma stablecoin pareada ao Real.
A utilização das criptomoedas nos diversos setores deve atingir um mercado de US$ 16 trilhões até o fim da década. Isso inclui a tokenização de ativos anteriormente considerados ilíquidos, transformando-os em capital negociável com menor custo operacional. Essa mudança irá atrair proprietários de ativos e investidores, mas também deve promover uma maior eficiência econômica em diversas áreas da economia do país.
Este texto não é um conselho de investimento, é uma tentativa de manter os entusiastas de criptomoedas cientes dos desenvolvimentos recentes. Quem optar por investir em algum ativo mencionado em qualquer texto o faz por sua conta e risco.