O Banco Safra iniciou a cobertura da Embraer (ERJ)(EMBR3), com uma recomendação outperform (compra) e um preço-alvo de US$ 38 por ação (ERJ) para os próximos doze meses, que implicam em um potencial de alta de 31,00%.
Após um período desafiador pós-pandemia de COVID-19, que levou a uma queda acentuada nos voos e, consequentemente, nas vendas de aeronaves e renovações de frotas, analistas veem um panorama mais promissor à frente, refletido no robusto backlog da empresa (+27,00% desde 2019).
O banco aguarda que o ambiente operacional positivo que se aproxima se traduza em uma maior rentabilidade — prevê que a margem EBIT da Embraer aumente para 9,30% em 2027, em comparação com 6,60% em 2023, enquanto seu ROIC deve atingir 10,80% até 2026, e superar finalmente a estimativa do Banco Safra para o custo de capital.
Apesar do aumento de 57,00% no preço das ações da Embraer até o momento, a empresa está atualmente negociada a 6,90x EV/EBITDA, um desconto de 33,00% em relação aos seus pares globais e um desconto de 23,00% em relação à média histórica de três anos de 8,90x.
Além disso, o Safra reconhece as seguintes oportunidades positivas para a empresa nos próximos meses, que poderiam potencialmente agregar até US$12 por ação à avaliação, caso se concretizarem:
- i) arbitragem com a Boeing: US$2 por ação;
- ii) novos pedidos de KC-390 da Índia (até 80) e da Arábia Saudita (até 40): US$4 por ação; e
- iii) certificação do Eve: US$6 por ação.
A tese de investimento para a Embraer foi sustentada pelos seguintes fatores:
- i) Bom momento operacional deve continuar, apoiado por um backlog robusto – crescimento robusto da receita projetado, devido a um aumento na oferta de voos e renovação de frotas em seu segmento de Aviação Comercial, demanda constante por jatos executivos e crescimento sólido no segmento de Defesa com a maturação do projeto KC-390;
- ii) Rentabilidade melhorada, devido a volumes maiores resultando em ganhos de escala, uma melhoria no cenário competitivo com a Airbus e a maturação do projeto E2, aumento nos pedidos de KC além dos da FAB e uma mudança na gestão estratégica da empresa com foco em rentabilidade;
- iii) Posicionamento de liderança e marca consolidada para manter a participação no mercado – a marca da Embraer tem uma forte reputação de confiança, um ativo intangível crucial para um fabricante de aeronaves, o que deve permitir à Embraer garantir novos contratos e reter clientes existentes;
- iv) A Embraer opera em uma indústria com altas barreiras à entrada;
- v) Atuação diversificada no mercado de aviação, com operação em quatro segmentos diferentes;
- vi) Mão de obra altamente qualificada e experiente.
Os principais riscos que o Banco Safra vê para a tese de investimento da Embraer:
i) dificuldades na cadeia de suprimentos resultantes em atrasos nas entregas;
ii) aumento da concorrência pode afetar a rentabilidade da empresa;
iii) desaceleração na economia global;
iv) novos lançamentos que não saiam como esperado;
v) dependência de poucos clientes;
vi) dependência do governo brasileiro e questões geopolíticas globais podem impactar significativamente o segmento de Defesa.