A quantidade de Bitcoin (BTC) armazenada em exchanges, as plataformas de negociação de criptomoedas, atingiu seu menor nível em anos. De acordo com dados da plataforma de análise on-chain CryptoQuant, as reservas de Bitcoin caíram para aproximadamente 2,8 milhões de moedas.
A tendência de queda nas reservas de Bitcoin começou no início de 2022 e se intensificou no ano passado. Essa movimentação sugere que os investidores estão retirando seus Bitcoins das exchanges e transferindo-os para carteiras digitais, conhecidas como “carteiras frias”.
Essa redução acentuada coincide em um momento em que o preço do Bitcoin experimenta uma forte valorização, tendo ultrapassado a marca dos US$ 70 mil no início da semana. No entanto, o ativo está sendo negociado em US$ 63 mil nesta quinta-feira (1), após a divulgação do Fed de manter as taxas de juros nos EUA.
Existem diversas razões para explicar essa tendência. A principal delas é a crescente confiança dos investidores no potencial de valorização do Bitcoin a longo prazo.
Segundo analistas da Bitfinex ao Decrypt, a queda das reservas de BTC podem “significar que os traders acreditam que um fundo está à vista e estão procurando armazenar suas moedas offline para mantê-las a longo prazo”.
O consultor jurídico sênior da plataforma de infraestrutura de pagamentos Mercuryo, Adam Berker, quando a quantidade de Bitcoin disponível para negociação é reduzida, a pressão de venda diminui, o que pode contribuir para a alta dos preços.
“Por outro lado, quando a quantidade de cripto nas exchanges diminui, isso sugere que as pessoas estão menos inclinadas a vender. Em vez disso, elas transferem seus BTCs para carteiras frias e carteiras de custódia e as mantêm em armazenamento de longo prazo”, explicou Berker.
Além disso, a recente volatilidade do mercado de criptomoedas, marcada por eventos como os ressarcimentos do Mt. Gox e as vendas de criptomoedas apreendidas por governos, também podem introduzir quantidades de Bitcoins inativas de volta à circulação.
O diretor de marketing da Unchained e especialista em gestão de patrimônio e custódia, Shimon Lazarov, afirmou que essa tendência reflete uma conscientização dos riscos associados aos custodiantes centralizados.
“À medida que o valor do Bitcoin continua aumentando, esperamos que cada vez mais investidores priorizem a segurança e o controle de seus ativos em detrimento da conveniência”, disse Lazarov.
Assim os investidores recorrem “a soluções de custódia mais descentralizadas em um esforço para garantir a segurança e a integridade de seus investimentos a longo prazo”.