Até onde vai?

Ibovespa pode atingir os 150 mil pontos em 2024?

Flávio Conde, analista da Levante Investimentos, aponta que a recente melhora no cenário internacional e os preços baixos dos ativos brasileiros favorecem o movimento

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Na última terça-feira, 19 de agosto, o Ibovespa (IBOV) atingiu o patamar máximo de fechamento na história após uma valorização de 1,36% na sessão: 135.778 pontos.

Flávio Conde, analista da Levante Investimentos, aponta que a recente melhora no cenário internacional e os preços baixos dos ativos brasileiros favorecem o movimento, mas afirma não ter como afirmar se o índice poderia ou não atingir os 150.000 pontos neste ano.

Contudo, alega que uma análise breve do cenário econômico mostra que ”há boas probabilidades“ de que as ações brasileiras sigam em alta e que o índice quebre mais alguns recordes nas próximas semanas.

De acordo com o analista, ”os dados mais recentes da economia dos Estados Unidos indicam uma desaceleração no crescimento, mas ainda não apontam para uma recessão iminente“ . Para Conde, esse seria o cenário próximo do ideal para os investidores: juros americanos em queda e a economia sem sofrer com a inflação.

”Como os juros brasileiros seguem altos e devem permanecer assim (ou até subir se o cenário piorar), o diferencial de juros torna os investimentos no Brasil mais atrativos. Não por acaso, o dólar – um indicador excelente de expectativas – chegou a ficar abaixo de 5,40 reais durante a sessão da segunda-feira, queda de 1 por cento em relação à sexta-feira”, diz Conde.

Quanto aos ativos brasileiros baratos, Conde destaca que as companhias listadas no Ibovespa apresentaram bons resultados referentes ao segundo trimestre de 2024, e esses números não parecem ter sido um caso isolado. Após vários trimestres tendo de lidar com os rescaldos da pandemia, as empresas superaram a crise mais fortes e lucrativas.

”A lição de casa dos últimos trimestres criou companhias mais abertas à chamada alavancagem operacional. Ou seja, a possibilidade de multiplicar os lucros com uma elevação das receitas, ainda que pequena”, comenta.

Conde avalia, por fim, que a melhora das condições globais, combinada com essa percepção de companhias com resultados mais promissores negociadas a preços baixos, criaram uma janela de oportunidades para os ativos brasileiros. Mas pontua que, como em tudo, há riscos. ”Porém, se não houver nenhuma catástrofe no horizonte, possível assumir um otimismo cauteloso para o Ibovespa”.