Em agosto de 2024, o índice Ibovespa, principal referência da B3, alcançou uma impressionante alta de 6,54%.
No mesmo período, o índice S&P 500, que representa as 500 maiores empresas dos Estados Unidos, registrou um crescimento mais modesto de 2,28%.
O mês foi marcado por grande volatilidade no mercado de ações, em reflexo à apreensão dos investidores diante da possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos da América (EUA) e das dúvidas sobre a política monetária futura do Federal Reserve (FED).
“Entendemos que o último quadrimestre reúne condições para que o Ibovespa siga sua trajetória de alta, amparado pela conjuntura externa que tem permitido a migração de capital para os emergentes, bem como pelos fundamentos das empresas, que sustentam um cenário otimista, em nossa visão”, escreveram Victor Penna, Wesley Bernabé e o grupo de analistas de research do BB Investimentos.
Incertezas econômicas e políticas no cenário internacional
O mercado financeiro global esteve agitado devido às incertezas sobre o início do corte de juros pelo Fed e a possibilidade de uma recessão econômica nos Estados Unidos.
As expectativas em torno dessas questões influenciaram fortemente as movimentações dos ativos financeiros.
De olho nos EUA: Prossegue a corrida pela Casa Branca
No campo político, a corrida presidencial nos Estados Unidos continuou a ser um dos principais focos de atenção.
Os candidatos, o ex-presidente republicano Donald Trump e a vice-presidente democrata Kamala Harris, apresentaram suas propostas e estratégias para a eleição, e intensificaram a especulação sobre o futuro político e econômico do país.
Expectativas para a política monetária no Brasil
No Brasil, surgiram expectativas em relação a uma possível elevação da taxa básica de juros Selic pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) em 2024.
Essas expectativas cresceram devido às preocupações com a deterioração da percepção de risco fiscal, a incerteza sobre a redução de juros nos EUA e o ambiente macroeconômico interno ainda desafiador.
Nomeação de Gabriel Galípolo para o Banco Central
No cenário econômico nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou Gabriel Galípolo para assumir a presidência do Banco Central a partir de janeiro de 2025.
A nomeação de Galípolo carece de uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, presidida por Vanderlan Cardoso (PSD-GO), e uma votação posterior no plenário da Casa Alta.
Perspectivas para setembro: Decisões dos Bancos Centrais
Para setembro, a atenção dos investidores se volta para as decisões dos Bancos Centrais do Brasil e dos EUA em relação às suas taxas de juros.
A visão de que o comitê de política monetária dos EUA (FOMC) inicie o corte de juros em setembro tem sido o principal impulsionador do fluxo de capitais estrangeiros para a bolsa no Brasil. De fato, a análise das projeções dos membros do FOMC aponta para uma inflexão a partir da reunião de 20 de setembro. Nesta data, também vai haver decisão de juros aqui no Brasil, com expectativa de que o diferencial de juros entre o Brasil e os EUA se acentue.
Victor Penna, CNPI-P
Wesley Bernabé, CFA
e time de research do BB Investimentos.
No encerramento de agosto, a curva de juros nominal brasileira apresentou perda de inclinação, considerada a forte abertura dos prêmios curtos, na avaliação dos analistas.
“Esse movimento reflete o aumento das expectativas de um ajuste mais intenso na Selic para a próxima reunião do COPOM , com apostas de elevação da taxa de juros em até 50 bps, apesar do consenso de mercado seguir um cenário de manutenção para o ano”, afirma o BB Investimentos.
Os vértices médios e longos (que exercem maior influência sobre o custo de capital projetado), por outro lado, apresentaram fechamento no comparativo mensal.
Além disso, serão monitorados indicadores econômicos relevantes, como dados sobre atividade econômica e inflação.