Em junho de 2024, a Moody’s Local Brasil elevou o rating da Fleury (FLRY3) para AAA.br, com perspectiva estável.
Esta ação foi impulsionada pela evolução positiva da escala da empresa, uma administração prudente dos negócios e aquisições recentes, e a manutenção de níveis de rentabilidade saudáveis.
A alta geração de caixa também contribuiu para a forte performance da companhia, alega a agência.
À época, a avaliação destacou que, apesar dos elevados pagamentos de dividendos e o ativo processo de crescimento, a gestão prudente e a manutenção de uma forte posição de liquidez e estrutura de capital conservadora são determinantes para a estabilidade do rating.
Diversificação e modelo de negócios agradam a Fitch
O perfil de crédito da Fleury se sustenta por diversos fatores, de acordo com a agência de classificação de risco.
A empresa possui um modelo de negócio caracterizado por baixa volatilidade de margens e um portfólio que foca na população com maior poder aquisitivo.
Além disso, a Fleury expande sua atuação em novos segmentos, o que contribui para as perspectivas positivas de longo prazo do setor de saúde no Brasil.
A política financeira estável e a forte liquidez da companhia também são pontos favoráveis para sua avaliação de crédito.
Mas existem desafios e riscos pelo caminho…
No entanto, a avaliação de crédito da Fleury não estaria isenta de desafios.
A natureza fragmentada da indústria de saúde pode facilitar a atividade de fusões e aquisições (M&A) e representam um risco para a companhia, afirma a Fitch.
Além disso, os planos de expansão, que incluem tanto crescimento orgânico quanto inorgânico, e os elevados pagamentos de dividendos são aspectos que exigem uma gestão cuidadosa.
Projeções financeiras e operacionais
Para o médio prazo, a Fleury deve apresentar um crescimento médio de receita líquida consolidada de 7,00%-9,00% ao ano, projeta a Fitch.
“Espera-se que a margem EBITDA ajustada se mantenha entre 26,00%-28,00%. As projeções não incluem possíveis operações de M&A. A alavancagem bruta ajustada, que considera dívida bruta e passivos de aquisições, deve continuar ao redor de 2,0x-2,5x, enquanto a cobertura de juros ajustada deve se situar entre 2,0x-3,0x”, escreveram os analistas Leonardo Albuquerque e Patricia Maniero.
Geração de caixa e fluxo de caixa livre
A Fleury deve manter uma robusta geração de caixa operacional (CFO), embora se projete uma geração de fluxo de caixa livre (FCF) negativa para 2024.
No entanto, espera-se que essa geração se torne neutra a positiva posteriormente, a depender dos dividendos e juros sobre capital próprios pagos.