A Embraer (EMBR3) anunciou que o processo de arbitragem com a Boeing foi concluído.
De acordo com os termos, a Boeing vai pagar à Embraer um total de US$ 150 milhões, o que representa 2% da capitalização de mercado da ERJ.
O acerto encerra uma longa disputa relacionada aos custos de separação incorridos pela Embraer em preparação para sua venda para a Boeing, um negócio que a norte-americana posteriormente cancelou.
Apesar dos desafios enfrentados pela Boeing nos últimos anos, alcançar uma resolução e concordar com um pagamento significativo foi um desenvolvimento positivo, afirmou o BTG Pactual.
No entanto, o pagamento anunciado fica aquém da faixa esperada de US$ 200 milhões e 300 milhões, o que pode desapontar alguns investidores.
Apesar disso, o BTG Pactual mantém recomendação otimista para a ERJ, e considera seu impulso favorável nos ganhos e o caminho claro em direção à redução da dívida e retomada dos pagamentos de dividendos no próximo ano.
Com as ações negociadas a 9,0x EV/EBITDA 25, analistas reiteraram sua recomendação de compra, ao preço de US$ 39,00 para as American Depositary Receipts (ADRs).
Segredo da arbitragem deixou investidores da Embraer (EMBR3) em suspense
O fato de que a arbitragem foi conduzida em segredo deixou o mercado com informações limitadas sobre o valor potencial de reembolso, e levou a uma ampla gama de expectativas entre os investidores, com a estimativa média de US$ 200 milhões e US$ 300 milhões.
Esse intervalo estava consistente com o cálculo do BTG Pactual, de US$ 241,0 milhões em despesas da Embraer, para separar e reintegrar sua divisão de aviação comercial após o fracasso do acordo com a Boeing.
Assim, os US$ 150 milhões ficam abaixo dessa expectativa implícita média.
No entanto, o banco ainda não incluiu nenhum pagamento em seu modelo (como muitos investidores acreditam), portanto, qualquer pagamento deve ser visto como um benefício adicional.
Lista de catalisadores permanece longa
A arbitragem foi apenas um dos muitos eventos que os investidores acompanham na ERJ.
Outros fatores importantes incluem o sucesso das campanhas comerciais, a participação em feiras aéreas e os anúncios de parcerias, entre outros.
No geral, analistas do BTG Pactual que a indústria da aviação atualmente oferece um ambiente positivo em todos os seus principais segmentos:
- – i) o segmento comercial se beneficia da falta de capacidade de fabricação, ajuda a ERJ a ganhar terreno globalmente;
- – ii) o segmento executivo possui uma carteira de pedidos recorde;
- – iii) no segmento de defesa, o foco está na promoção da aeronave militar de transporte KC-390; e
- – iv) o segmento de serviços e suporte deve acelerar o crescimento após a inauguração de uma nova instalação de manutenção pela OGMA em Portugal.
A ERJ atualmente negocia a 9,0x EV/EBITDA 25, um desconto de 23,00% em relação aos seus principais concorrentes globais, o que leva analistas do BTG Pactual a manterem uma perspectiva otimista para a fabricante aérea.