Em meio à crise

Azul (AZUL4): aumento de capital privado pode acontecer, mas dependeria de três questões, diz jornal

Valor Econômico destaca ainda que a perspectiva de queda do dólar poderia abrir um cenário de redução do endividamento da companhia aérea

Azul (AZUL4): aumento de capital privado pode acontecer, mas dependeria de três questões, diz jornal
Crédito: Dado Galdieri/Bloomberg

Um aumento de capital privado da Azul (AZUL4), se acontecer, pode avançar somente se forem resolvidas a questão com os arrendadores das aeronaves, a negociação do novo “funding” para as aéreas e o acordo com os “bondholders”, informou a reportagem de Adriana Mattos para o jornal Valor Econômico.

O periódico destaca ainda que a perspectiva de queda do dólar poderia abrir um cenário de redução do endividamento da companhia aérea.

De acordo com a matéria, a empresa espera que essas questões se destravem nesta ordem, de forma que uma eventual oferta privada possa ocorrer entre o primeiro e o segundo trimestre de 2025, declarou ao veículo uma fonte que acompanha o tema.

As informações são do jornal Valor Econômico.

Últimas movimentações de Azul (AZUL4)

A Azul (AZUL4) informou, no último domingo (15), que ainda não firmou um acordo definitivo com os arrendadores de aeronaves para otimizar sua estrutura de capital.  

Entre os principais arrendadores envolvidos nas discussões estão AirCap, Avolon, Falko e Nordic

A empresa destacou que essas negociações estão em andamento e que outras discussões e modelos para otimização de capital permanecem em consideração.

Azul (AZUL4) projeta receitas de R$ 20 bilhões em 2024

Nesta segunda-feira (9), a Azul (AZUL4) divulgou uma atualização em suas expectativas financeiras para o ano.

A companhia aérea anunciou uma projeção de receita de R$ 20 bilhões para 2024.

De acordo com um comunicado encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a receita seria “resultado impulsionado pelo ambiente de demanda saudável, receitas auxiliares robustas e o crescimento das unidades de negócios da empresa”.

Como a Azul (AZUL4) estima o EBITDA e a alavancagem

A Azul estima que o EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, depreciação, impostos e amortização) para este ano deve ser superior a R$ 6 bilhões.

A projeção reflete a redução na capacidade da companhia aérea.

A alavancagem de Azul, que mede a relação entre dívida e EBITDA, foi esperada em torno de 4,2x ao final de 2024 — “resultado do EBITDA atualizado além da desvalorização do real frente ao dólar norte-americano, que impacta as dívidas em dólar”.

Como os números se atualizam

Essas estimativas de alavancagem e EBITDA não sofreram alterações significativas em relação às projeções anteriores.

Em março, a empresa havia previsto uma alavancagem de 3,0x e um EBITDA de R$ 6,5 bilhões.

No entanto, essas previsões foram ajustadas para baixo no relatório mais recente de agosto.

Como o desastre climático do Rio Grande do Sul em maio afetou a Azul (AZUL4)

A capacidade da Azul (AZUL4), medida pela oferta de assentos (ASK), deve crescer cerca de 7,0% em 2024, em comparação com o ano anterior.

Essa projeção foi mantida em relação ao relatório de agosto, após uma redução das expectativas iniciais de 11,0%.

Segundo a companhia, a expectativa reduzida se deve à queda na capacidade provocada pelas enchentes no Rio Grande do Sul (RS) em maio e pelo fechamento do Aeroporto de Porto Alegre, previsto para reabrir parcialmente em outubro.

Além disso, a Azul enfrentou uma redução temporária na capacidade internacional no primeiro semestre de 2024 e atrasos nas entregas de novas aeronaves.

Afinal, a Azul (AZUL4) vai pedir recuperação judicial?

Recentemente, a Azul (AZUL4) enfrentou especulações sobre uma possível recuperação judicial nos Estados Unidos, semelhante ao que ocorreu com a Gol (GOLL4).

Bloomberg indicou que a companhia avaliava opções para enfrentar obrigações de dívida que se aproximam do vencimento.

Entre as alternativas consideradas estavam um follow-on na B3 e um pedido de proteção contra credores, conhecido como “Chapter 11”.

Outra possibilidade era a emissão de novos títulos de dívida pela unidade de carga da Azul.

No entanto, a Azul esclareceu que essas informações foram mal interpretadas.

A empresa afirmou que desenvolve um plano estratégico para melhorar sua estrutura de capital e liquidez, em vez de considerar uma recuperação judicial.