As ações da BRF (BRFS3) subiram 163% nos últimos doze meses, tornando-a uma das ações de melhor desempenho no Ibovespa.
Segundo o BTG Pactual, esse desempenho é atribuído a um balanço patrimonial mais enxuto após o aumento de capital em julho de 2023, uma maior diferença de custo de alimentação de aves, que aumentou significativamente as margens operacionais, e melhorias contínuas na execução comercial e gestão de custos.
“Em um mercado onde os investidores são particularmente atraídos por histórias de forte momentum, a BRF tem muito a oferecer. Além disso, o recente enfraquecimento do real (BRL) proporcionou um suporte adicional”, diz o relatório do banco assinado por Guilherme Guttilla e Thiago Duarte.
A BRF pode subir ainda mais?
Uma das características mais notáveis da indústria avícola é a rapidez e a intensidade dos ciclos que ela experimenta, segundo os analistas.
“Na última década, a BRF viu esses efeitos cíclicos exacerbados por mudanças estratégicas e de gestão, que aparentemente fizeram mais mal do que bem. No entanto, recentemente tornou-se evidente que a nova gestão, mais focada, fez progressos significativos, ajustou o rumo e está colhendo resultados mais rapidamente do que até mesmo as expectativas mais otimistas”, afirmam.
A pergunta de ouro agora é: quanto da melhoria das margens se deve à melhor execução, e quanto se deve a condições cíclicas favoráveis e afortunadas?
“O consenso atual prevê uma margem EBITDA de 17,3% em 2024, com atualizações recentes prevendo 14,7% em 2025. Essas projeções parecem otimistas. Acreditamos que o mercado já precificou tudo isso em termos de potencial de alta das margens operacionais”, explicam.
O BTG realizou algumas alterações nas estimativas de curto prazo, refletindo a convicção de que as margens permanecerão elevadas e que o EBITDA da BRF em 2024 deve agora ultrapassar o recorde de R$ 10 bilhões.
Além disso, projetando o ciclo ações, os analistas aumentaram o preço-alvo da ação para R$ 25,00 em 12 meses (de R$ 13 anteriormente). Apesar disso, a recomendação no ativo permanece neutra.
“A menos que estejamos inclinados a acreditar que as margens e o crescimento melhoraram de forma significativa em comparação aos históricos, as valorizações não parecem deixar muito valor a ser capturado. Estamos Neutros com base em um exigente P/L normalizado de 24,2x para 2025 e um rendimento de fluxo de caixa livre (FCF) de 2,7%”, complementam.
Nesta sexta-feira (20), os papéis ordinários da BRF subiam 1,04%, a R$ 25,31, por volta de 11:10 (horário de Brasília).