Contas públicas

Rombo das contas externas mais que dobra até agosto, diz BC

Os investimentos estrangeiros diretos subiram 14,3%, segundo as informações da autarquia

Rombo das contas externas mais que dobra até agosto, diz BC

O rombo das contas externas brasileiras mais do que dobrou nos oito primeiros meses deste ano, segundo as informações do Banco Central (BC) nesta quarta-feira (25).

Além disso, os investimentos estrangeiros diretos também subiram, com um avanço de 14,3%.

Segundo a instituição, as contas externas (transações correntes) registraram um déficit de US$ 30,4 bilhões de janeiro a agosto, em comparação com US$ 13,5 bilhões no mesmo período do ano passado.

Este também é o maior resultado negativo, para os oito primeiros meses de um ano, desde 2019, quando o déficit somou US$ 42,5 bilhões, segundo os dados do BC.

O que são contas externas?

As contas externas são um conjunto de registros que refletem todas as transações econômicas e financeiras de um país com o resto do mundo durante um determinado período, geralmente um ano.

Todas essas contas fazem parte do Balanço de Pagamentos, que é dividido em dois grandes grupos: a Conta Corrente e a Conta Capital e Financeira.

Conta Corrente

A Conta Corrente registra as transações de bens, serviços, rendas e transferências unilaterais entre residentes e não residentes. Ela é subdividida em quatro categorias principais:

  • Balança Comercial: contabiliza as exportações e importações de bens. Quando um país exporta mais do que importa, tem superávit comercial; quando o oposto acontece, tem déficit.
  • Serviços: inclui transações com transporte, viagens, seguros e outros serviços prestados ou recebidos por residentes e não residentes.
  • Renda Primária: refere-se a salários, juros e lucros recebidos ou pagos a partir de investimentos no exterior.
  • Transferências Unilaterais: incluem doações, remessas de emigrantes e ajudas financeiras entre países.

Conta Capital e Financeira

Essa conta registra os fluxos de capital entre o país e o exterior, envolvendo investimentos diretos (como a compra de empresas), investimentos em carteira (compra de ações e títulos) e empréstimos internacionais. Ela reflete as transações que afetam a posse de ativos ou passivos do país.

Quando há mais entradas de recursos (capital estrangeiro) do que saídas, o país apresenta superávit na Conta Capital e Financeira; quando ocorre o contrário, há déficit.