A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,6% no trimestre encerrado em agosto de 2024, uma redução de 0,50 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior, que fechou em 7,10%.
Quando comparada ao mesmo trimestre de 2023, a queda da desocupação foi ainda mais acentuada, em 1,2 p.p., já que no ano passado o índice era de 7,8%.
Este resultado representa a menor taxa para um trimestre finalizado em agosto desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que começou em 2012.
Queda da população desocupada
A população em situação de desemprego no Brasil caiu para 7,30 milhões, o menor número desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.
Essa diminuição foi significativa em ambos os comparativos: no trimestre, o desemprego reduziu-se em 6,50%, o que corresponde a menos 502 mil pessoas em busca de ocupação.
Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, a queda foi ainda mais expressiva, com uma redução de 13,4%, ou seja, 1,10 milhão de pessoas a menos à procura de uma ocupação.
Desemprego cai: País atinge novo recorde de empregados
O Brasil também registrou um novo recorde no número total de trabalhadores, que atingiu 102,50 milhões.
Em comparação com o trimestre anterior, a população ocupada cresceu 1,2%, ou seja, mais 1,2 milhão de trabalhadores.
Na comparação anual, esse número aumentou em 2,90%, correspondente a mais 2,90 milhões de pessoas empregadas.
Expansão da demanda por trabalho
Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, destaca que “a baixa desocupação reflete a expansão da demanda por trabalhadores em diversas atividades econômicas, leva a taxa de desocupação para valores próximos ao de 2013, quando esse indicador estava em seu menor patamar”.
No setor privado, o número de empregados alcançou 52,90 milhões, também o maior da série histórica.
Em um trimestre, a ocupação no setor cresceu 1,70%, a 882 mil novos postos de trabalho, enquanto a comparação anual mostra uma alta de 4,90%, equivalente a 2,5 milhões de trabalhadores.
Desemprego cai: setores que mais contribuíram para a ocupação
Entre os setores que impulsionaram a ocupação, o Comércio se destacou, com um crescimento de 1,90% no trimestre, e adicionou 368 mil novos trabalhadores à população ocupada.
Atualmente, o setor conta com 19,50 milhões de trabalhadores, seu maior contingente na série histórica da PNAD Contínua.
Outros setores não apresentaram variações significativas na comparação trimestral.
Empregos no setor público
O número de empregados no setor público também alcançou um novo recorde, a 12,8 milhões.
O crescimento foi de 1,8% no trimestre, com adição de 221.000 novos trabalhadores, e de 4,30% no ano, com mais 523.000 pessoas.
Esse aumento foi impulsionado principalmente pelo grupo de servidores sem carteira assinada, que apresentou crescimento de 4,50% no trimestre e 6,6% no ano.
Adriana Beringuy explica que “embora não seja o seu maior contingente, o grupo dos empregados sem carteira assinada no setor público mais tem contribuído para a expansão do total de empregados deste segmento”.
Esses trabalhadores, que não têm contratos estatutários nem são considerados empregados com carteira de trabalho pela CLT, predominam em áreas como a educação fundamental, e frequentemente atuam em contratos temporários regidos por legislação específica.
Desemprego cai, rendimentos crescem
No trimestre encerrado em agosto, o rendimento médio real das pessoas ocupadas foi de R$ 3.228,00, sem variação estatística significativa em relação ao trimestre anterior, mas com um aumento de 5,10% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Essa estabilidade nos rendimentos reflete um mercado de trabalho que, apesar de suas flutuações, mantém um patamar saudável.
Massa de rendimentos aumenta
A massa de rendimentos, que representa a soma das remunerações de todos os trabalhadores, chegou a R$ 326,2 bilhões.
Essa cifra mostrou um crescimento de 1,70% no trimestre e de 8,30% na base de comparação anual, uma evidente melhora geral nas condições de trabalho e remuneração no Brasil.