Indicadores Econômicos

Produção industrial varia 0,10% em agosto, após recuo de 1,4% em julho, diz IBGE

Com essa recuperação, a produção industrial agora se posiciona 1,50% acima do nível pré-pandemia de COVID-19, registrado em fevereiro de 2020

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A produção industrial do Brasil registrou uma leve alta de 0,10% na comparação entre julho e agosto de 2024, apontaram os dados divulgados nesta quarta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Este resultado positivo foi um alívio após uma queda de 1,40% no mês anterior.

Comparativo da produção industrial com períodos anteriores

Com essa recuperação, a produção industrial agora se posiciona 1,50% acima do nível pré-pandemia de COVID-19, registrado em fevereiro de 2020.

Entretanto, ainda permanece 15,4% abaixo do pico alcançado em maio de 2011.

No acumulado do ano, a indústria apresenta um crescimento de 3,00%, e, nos últimos doze meses, uma expansão de 2,40%.

O que diz o gerente da PIM?

André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal (PIM Brasil), comentou:

“A despeito de ser um resultado muito próximo da estabilidade, o índice de 0,1% deste mês fez com que o setor industrial voltasse ao campo positivo após registrar queda de 1,4% no mês anterior.”

Quando analisados os últimos três meses, o saldo da produção industrial foi positivo, já que o total da indústria cresceu 4,4% em junho, diz Macedo.

“Esse movimento também fica evidenciado quando observamos o índice de média móvel trimestral, que permanece com uma trajetória ascendente desde meados de 2023.”

18 ramos da produção industrial apresentaram resultados negativos

Apesar do crescimento geral da indústria, dezoito dos vinte e cinco ramos industriais apresentaram recuos na produção em agosto.

As indústrias extrativas foram um dos principais motores desse crescimento, com uma alta de 1,10%, após uma queda de 2,20% em julho, quando houve uma interrupção de dois meses consecutivos de expansão que resultou em um ganho de 5,80%.

Setores com contribuições positivas

Outros setores que contribuíram positivamente incluem:

  • Produtos farmoquímicos e farmacêuticos: +3,60%
  • Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos: +4,00%
  • Produtos químicos: +0,70%

Macedo explica que: “No mês anterior, tanto o petróleo quanto o minério de ferro mostraram queda e o resultado de agosto representa uma volta ao campo positivo”.

O saldo dos últimos meses foi claramente positivo, para o gerente da pesquisa, pois antes da queda de 2,2% em julho, o setor extrativo havia apresentado duas taxas de crescimento, em maio e junho, e totalizou uma expansão de 5,8%.

Setores com desempenho negativo

No lado negativo, os segmentos de veículos automotores, reboques e carrocerias apresentaram uma queda de 4,30%, enquanto produtos diversos e impressão e reprodução de gravações apresentaram recuos de 16,70% e 25,10%, respectivamente.

Macedo ressalta:

“Veículos automotores, reboques e carrocerias têm um peso importante, de 7%, e vinham de dois meses no campo positivo com um saldo de dois dígitos, 16,0%. Em agosto, observamos um comportamento negativo em automóveis e nos comerciais leves – mais uma característica desse mês do que propriamente uma tendência de reversão do quadro positivo dessa atividade nos últimos meses”.

Crescimento da produção industrial em comparação anual

Em comparação com agosto de 2023, a indústria apresentou um crescimento de 2,2%, o terceiro mês consecutivo de resultados positivos para essa comparação.

Apesar de ser a taxa de menor intensidade nos últimos três meses, a influência do efeito calendário, com um dia útil a menos do que no ano anterior, apresentou um impacto significativo.

Macedo destaca que:

“A base de comparação de agosto de 2023 foi mais alta do que a verificada nos resultados de julho e junho. O efeito calendário e a base de comparação mais elevada afetam a magnitude do resultado de agosto de 2024, ante os 6,10% de julho e os 3,20% de junho”.

Perspectivas futuras para a produção industrial

Macedo finaliza:

“Permanece um perfil disseminado de taxas positivas nesse indicador, uma vez que as quatro grandes categorias econômicas e 18 das 25 atividades industriais pesquisadas mostraram crescimento na produção. Também vale destacar que, em 2024, o setor industrial mostra um patamar de produção superior ao verificado no ano passado, com o total da indústria no avanço de 3,0% no índice acumulado até agosto de 2024 e com predominância de resultados positivos entre as categorias econômicas e ramos industriais”.