O horário de verão, suspenso em 2019 pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), pode retornar em novembro de 2024.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reconheceu a “necessidade real” de restabelecer a medida, que tem como objetivo reduzir a pressão sobre o sistema elétrico no final do dia, especialmente no chamado “horário de ponta”, entre 18h e 20h.
Em declaração recente, Silveira destacou que a volta do horário de verão é uma possibilidade concreta.
“Essa decisão ainda não foi tomada, mas já me reuni com as empresas aéreas e, se o atual cenário de crise energética se mantiver, a necessidade de implementar o horário de verão em novembro pode se tornar muito premente”, afirmou o ministro.
A crise hídrica enfrentada pelo Brasil é uma das razões principais que impulsionam a retomada da medida. “Vivemos a maior crise hídrica dos últimos 74 anos. A importância da energia só é percebida quando ela falta, e estamos tomando medidas para evitar esse cenário”, ressaltou Silveira.
Redução de consumo no horário de pico
O ministro já havia indicado anteriormente que o horário de verão pode ajudar a aliviar a pressão sobre o sistema energético durante os meses de maior incidência de luz solar. A mudança no relógio permite que a população aproveite melhor a luz natural, reduzindo o consumo de energia elétrica durante o período mais crítico.
O vice-presidente Geraldo Alckmin também defendeu a medida como uma solução viável para evitar o aumento de tarifas ou até problemas no abastecimento. “Não vai faltar energia, mas precisamos todos ajudar. O horário de verão pode ser uma boa alternativa para poupar energia”, afirmou Alckmin.
Avaliação final com o presidente Lula
A decisão final sobre o retorno do horário de verão será avaliada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A medida vinha sendo aplicada de outubro ou novembro até fevereiro, antes de ser interrompida em 2019, quando Bolsonaro argumentou que os benefícios da alteração horária não eram significativos.
O ministro Alexandre Silveira e especialistas do setor acreditam que a situação atual de escassez hídrica e alta demanda energética justifica a reativação da medida, especialmente no final de 2024.
Enquanto o cenário ainda é avaliado, a população deve aguardar a decisão oficial do governo sobre o possível retorno do horário de verão em um momento em que o Brasil busca formas de garantir a estabilidade do fornecimento de energia.