Fim das bets?

Haddad: 2 mil sites de bets serão desativados nos próximos dias

Ministro ainda voltou a dizer que a situação das apostas online no Brasil deveria ter sido tratada pelo governo anterior.

Fernando Haddad
Fernando Haddad | Foto/Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (3), que 2 mil sites de bets vão sair do ar nos próximos dias por não terem obtido autorização para realizarem operações no país, o número supera a expectativa feita pelo próprio ministro na segunda-feira (30). A última lista divulgada pela pasta mostra que 93 empresas com 205 casas de apostas receberam aval para atuarem no Brasil.

Haddad deu a declaração ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O governo realizou uma reunião, no Palácio do Planalto, em Brasília, para tratar sobre o uso do Bolsa Família em apostas esportivas.

A preocupação do governo com o tema aumentou após dados divulgados pelo Banco Central (BC). Segundo o BC, os brasileiros gastam R$ 20 bilhões por mês em apostas online nos primeiros oito meses de 2024. Desse total, aproximadamente R$ 3 bilhões foram transferidos para sites de bets, via Pix, por beneficiários do Bolsa Família em agosto deste ano.

“Nós temos hoje um total de 10 portarias regulando (o mercado de apostas). São portarias que falam de questões técnicas sobre o que é o jogo justo, certificação, questões financeiras, proibição do cartão de crédito, entre outros, como a proteção do apostador”, declarou.

Haddad reiterou que o assunto também tem de ser tratado pelos demais ministérios, como Desenvolvimento Social e Saúde, para concluir o processo de regulamentação.

Um problema do passado

O ministro também voltou a dizer que a disseminação das bets e suas problemáticas já deveriam ter sido tratadas pelo governo anterior.

“A legalização aconteceu em dezembro de 2018, portanto, quatro anos antes da sua posse (de Lula). Não havia a compreensão de que isso pudesse se transformar num problema social como se transformou. Durante quatro anos (de governo Bolsonaro), apesar da lei fixar prazo para regulamentação de dois anos prorrogáveis por mais dois, nada foi feito e nada foi cobrado, a rigor”, comentou Haddad.