Durante a 97ª reunião trimestral entre economistas de mercado e diretores do Banco Central (BC), realizada nesta sexta-feira (4), foi sugerido que a instituição comece a sinalizar uma aceleração no aumento da taxa Selic a partir de novembro.
Os economistas alertaram que, sem uma ação mais contundente do BC, a inflação tende a piorar.
Um participante do encontro afirmou que está claro que o BC deve “promover um ciclo de aperto monetário bastante pronunciado e longo, pra desacelerar a demanda e reduzir os custos”.
Expectativas de ciclo de alta da Selic
Os especialistas indicaram que o ciclo de alta da Selic pode ser mais intenso do que as atuais previsões, que apontam para uma taxa entre 12,5% e 12,75%. Há preocupações sobre como a nova diretoria do BC, liderada por Gabriel Galipolo, reagirá a essa situação.
Uma estratégia de “duplo ataque” foi discutida, envolvendo um aperto monetário junto com medidas de contenção de despesas obrigatórias.
Um economista mencionou que “ficou a sugestão, entre os participantes, de que o BC deveria sinalizar uma aceleração do ritmo, já que fazer 1,5 ponto a 2 pontos percentuais de alta em um ritmo de 0,25 ponto iria levar muito tempo.
Sinalização e confiança do mercado
Embora a Moody’s tenha elevado a nota de crédito soberano do Brasil nesta semana, os economistas no encontro não consideraram isso uma sinalização forte, destacando que o mercado permanece cético até que medidas concretas sejam anunciadas.
Discussão da taxa Selic em encontro entre BC e economistas
Os economistas locais discordaram com os internacionais. Os analistas nacionais estão mais preocupados com o cenário fiscal, enquanto aqueles do exterior enxergam o país de maneira otimista.
A reunião contou com a condução dos diretores de política econômica do BC, Diogo Guillen, de assuntos internacionais e gestão de riscos corporativos, Paulo Picchetti, e de organização do sistema financeiro e resolução, Renato Dias Gomes.