Na transição de julho para agosto de 2024, a produção industrial no Brasil registrou um aumento de 0,10%, apontaram os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (8).
Essa variação positiva foi observada em cinco dos quinze locais analisados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional.
Ceará (CE) e Minas Gerais (MG) se destacam no crescimento
Os estados que mais contribuíram para esse crescimento foram Ceará (CE) e Minas Gerais (MG), com altas de 2,70% e 1,80%, respectivamente.
Quando comparado a agosto do ano passado, a indústria brasileira avançou 2,20%, com doze dos dezoito locais pesquisados em resultados positivos.
Acumulado da produção industrial no ano de 2024 e nível pré-pandemia de COVID-19
No acumulado dos últimos doze meses, a produção industrial cresceu 2,4%, com dezessete dos dezoito locais analisados em resultados favoráveis.
Em termos de crescimento acumulado no ano, a indústria registrou uma expansão de 3,0% – um desempenho robusto.
Atualmente, a produção industrial nacional está 1,5% acima dos níveis pré-pandemia de COVID-19.
Análise do desempenho da produção industrial
“O comportamento positivo da produção industrial em agosto ocorre após um resultado negativo em julho (-1,4%). Embora a variação tenha sido modesta, próxima da estabilidade, fatores como a melhora no mercado de trabalho, queda na taxa de desemprego e aumento do rendimento médio contribuíram para esses números. No entanto, a alta taxa de juros limita os efeitos positivos do bom momento no mercado de trabalho”, destaca Bernardo Almeida, analista da PIM Regional.
Produção industrial cearense demonstra crescimento contínuo
O Ceará destacou-se com um crescimento contínuo, com um aumento de 6,2% nos últimos três meses.
Os setores de artefatos de couro, calçados e produtos químicos foram os principais responsáveis por esse desempenho positivo.
Minas Gerais e os setores da produção industrial em alta
Minas Gerais também apresentou um desempenho significativo, com um crescimento acumulado de 9,2% nos últimos três meses.
“Os setores extrativo e de produtos químicos foram os maiores responsáveis pelo resultado positivo da indústria mineira,” complementa Almeida.
Desempenho de São Paulo e quedas em outros estados
Em contrapartida, São Paulo, que abriga o maior parque industrial do país, registrou uma queda de 1,0% de julho para agosto, o que representa a maior influência negativa no resultado da indústria nacional.
“Os setores de derivados de petróleo e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos foram os que mais impactaram negativamente,” afirma Almeida.
No lado das quedas, Pará (-3,5%), Paraná (-3,5%) e Rio Grande do Sul (-3,0%) apresentaram as maiores taxas negativas.
Almeida observa que “a queda da indústria no Paraná ocorreu após dois meses de crescimento, com um ganho acumulado de 7,70%. Os setores de derivados do petróleo e alimentos foram os principais influenciadores”.
Comparação anual: avanços por região
Em comparação com agosto de 2023, o setor industrial apurou um crescimento de 2,2%, com 12 dos 18 locais pesquisados registrando aumentos.
Em agosto de 2024, houve um dia útil a menos do que o mesmo mês do ano anterior. Os estados com os maiores avanços foram Ceará (17,30%), Pará (16,90%) e Mato Grosso do Sul (12,40%).
Resultados positivos e desafios que se apresentam
“Observamos um espalhamento de resultados positivos nos indicadores interanuais, um ganho de ritmo da produção industrial quando comparada a 2023,” conclui Almeida.
Entretanto, o Rio Grande do Norte (-22,60%) registrou a maior queda no mês, principalmente devido à atividade de coque e produtos derivados do petróleo.