As ações da Azul (AZUL4) alcançam novos voos nesta terça-feira (8), após a companhia anunciar que fechou acordo com seus arrendadores de aeronaves sobre uma dívida na casa dos US$ 600 milhões.
Por volta das 10:40, os papéis da companhia subiam 20,15%, cotados a R$ 6,90.
Essa reação acontece diante das expectativas do mercado perante a situação financeira da empresa, que está com endividamento nas alturas (R$ 28 bilhões) e por conta disso, vive uma crise com direito a rumores de pedido de recuperação judicial.
A XP Investimentos avaliou o acordo como positivo para a companhia. Segundo a casa, a negociação implica uma diluição acionária significativamente menor, de 21%, comparada aos 55% estimados caso o instrumento de dívida fosse convertido ao preço atual das ações.
Além disso, o acordo reduz o valor de mercado da Azul em aproximadamente R$ 1,8 bilhão, o que representa um “haircut” de 85%.
A XP também destacou que o acordo pode abrir caminho para novas iniciativas de financiamento, como a captação de dívidas incrementais, o que aumentaria a liquidez de curto prazo da Azul, um fator essencial para a recuperação financeira da empresa.
No entanto, as negociações ainda continuam com os 8% restantes dos arrendadores e fabricantes (OEMs), além de outras partes interessadas.
O acordo com arrendadores da Azul
A Azul anunciou, na última segunda-feira (7), que firmou acordos comerciais com arrendadores e fabricantes (OEMs) que detêm cerca de 92% do instrumento de patrimônio emitido no ano passado.
O acordo prevê a troca da participação pro-rata dos credores no saldo da dívida atual de aproximadamente R$ 3 bilhões por até 100 milhões de ações preferenciais da Azul, em uma única emissão.
A conclusão do acordo ainda está sujeita a certas condições e aprovações, incluindo a captação de financiamento adicional e a finalização da documentação com os credores.