A Azul (AZUL4) surpreendeu o mercado financeiro com uma alta expressiva de 16% após a divulgação de um acordo estratégico com arrendadores e fabricantes de aeronaves. Esse movimento pode impulsionar o preço das ações da companhia aérea, trazendo um alívio financeiro significativo e perspectivas promissoras para o futuro. Segundo analistas, como o Bradesco BBI, a ação da Azul tem potencial de valorização de quase 200% até o final de 2025.
Azul (AZUL4): potencial de valorização impulsiona alta de 16%
Na B3, a ação da Azul (AZUL4) chamou a atenção dos investidores, disparando 16% em apenas algumas horas. A movimentação ocorreu após a empresa anunciar que havia chegado a um acordo com seus arrendadores e fabricantes de equipamentos. Esse acordo envolve a conversão de parte das dívidas da companhia em ações, o que reduz as pressões de curto prazo e abre espaço para um futuro mais sólido financeiramente.
Em primeiro lugar, o aspecto mais elogiado do acordo foi a diluição moderada da base acionária. Em termos práticos, isso significa que a Azul emitirá menos ações no mercado, evitando uma pressão excessiva sobre os preços. A empresa ajustou a diluição de 20,5% para 22,3% ao converter as dívidas a R$ 30,00 por ação, em vez dos R$ 36,00 inicialmente previstos.
Comparação com outras companhias aéreas: Azul e Gol (GOLL4)
Ao contrário da Azul, a Gol enfrenta desafios mais complexos com a possibilidade de converter parte de suas dívidas em ações, o que pode aumentar significativamente a diluição e pressionar ainda mais seus papéis no mercado. Analistas acreditam que, no caso da Azul, a estratégia adotada para reduzir a diluição é fundamental para manter a confiança dos investidores e sustentar o valor das ações.
Análise dos impactos da diluição no mercado
Apesar do aumento na diluição de ações, se as dívidas fossem convertidas ao preço atual das ações, a diluição poderia ser de até 55%. Isso mostra que o acordo, apesar de trazer algum impacto para os acionistas, é uma medida eficaz para preservar a estrutura de capital da empresa e evitar uma queda ainda maior nos preços.
Além disso, o Goldman Sachs destacou que o acordo elimina “um excesso de ações” no mercado, enquanto o JPMorgan aponta um alívio imediato na situação financeira da Azul, diminuindo consideravelmente os riscos de uma eventual recuperação judicial.
Melhoria da estrutura de capital e novas possibilidades de financiamento
O acordo é visto por muitos especialistas como um passo fundamental para a reestruturação da Azul, que vem buscando fortalecer sua geração de caixa e melhorar sua estrutura de capital. De tal forma que com a conversão das dívidas, a companhia aérea abriria caminho para novos financiamentos, incluindo dívidas incrementais. Isso poderia aumentar sua liquidez de curto prazo. Esse ponto foi enfatizado por diversas corretoras, que veem na operação uma chance de revitalização das finanças da empresa.
Riscos e benefícios a longo prazo para os acionistas da Azul (AZUL4)
Embora o acordo seja positivo a longo prazo, ele traz preocupações no curto prazo, especialmente para os acionistas atuais. A diluição de até 100 milhões de ações poderá reduzir o valor dos papéis para quem já detém participação na empresa. No entanto, essa diluição é necessária para garantir a sustentabilidade e o crescimento futuro da Azul.
Próximos passos: Captação de capital e alongamento de dívidas
Segundo especialistas, o próximo passo crucial para a Azul será a captação de capital no mercado. Há rumores de que a empresa possa realizar um aumento de capital ainda em outubro. Com a finalidade de alongar o vencimento de seus títulos e reduzir a pressão sobre seu fluxo de caixa. Essa movimentação é vista como essencial para garantir a continuidade das operações e melhorar a saúde financeira da companhia.
Azul (AZUL4) pode chegar a R$ 20?
De acordo com o Bradesco BBI, o potencial de valorização das ações da Azul é significativo. Baseando-se no preço atual de R$ 5,75 por ação, o banco estima que a simples conversão de R$ 3 bilhões em passivos de arrendamento a R$ 30 por ação poderia elevar o valor das ações para R$ 11,16, um aumento de 66%.
Além disso, o Bradesco manteve sua recomendação de compra para as ações da Azul, com um preço-alvo de R$ 20 até o final de 2025. Isso representaria uma valorização de quase 200% em relação ao último fechamento.