''Funeral'' do INSS

Servidores em greve realizam "funeral" simbólico do INSS em frente ao Palácio do Planalto

Participantes denunciaram a contratação de terceirizados e alegaram abusos da presidência do instituto

Servidores em greve realizam "funeral" simbólico do INSS em frente ao Palácio do Planalto
Fabio Alvarenga

A greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que já ultrapassa 90 dias, teve um novo capítulo nesta quarta-feira (9), com uma manifestação simbólica em frente ao Palácio do Planalto.

Vestidos de preto, os grevistas realizaram um “funeral” do INSS, protestando por melhores condições de trabalho, valorização da carreira e fim da contratação de terceirizados.

O ato incluiu a presença de um balão inflável que simbolizava a “certidão de óbito” do instituto, e a encenação de caixões, reforçando a crítica dos manifestantes à atual gestão do órgão.

Acordos com o governo não representam maioria da categoria

A manifestação aconteceu após a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef/Fenadsef) ter assinado dois acordos com o governo, que, de acordo com os grevistas, não representam a maior parte da categoria.

Segundo os participantes, esses acordos contemplam apenas dois sindicatos, que juntos representam menos de 10% dos trabalhadores do INSS. A maioria dos servidores continua paralisada, buscando negociações que atendam às suas demandas.

Principais reivindicações dos grevistas

Entre as principais reivindicações dos manifestantes estão o fim da contratação de terceirizados e a melhoria das condições de trabalho, além da valorização da carreira dos servidores do INSS.

Eles alegam que, com a terceirização, o serviço público perde qualidade e a categoria é desvalorizada.

Outro ponto levantado pelos grevistas é a suposta aplicação de faltas injustificadas para quem está participando da greve, um ato que consideram abusivo por parte da presidência do INSS.

Impactos e continuidade da greve no INSS

Durante o protesto, os servidores circularam pela Esplanada dos Ministérios, chamando a atenção de quem passava pela região.

A encenação do “funeral” buscou representar o que eles enxergam como um enfraquecimento do INSS, tanto em termos estruturais quanto na valorização de seus trabalhadores.

A greve, que já se estende por mais de três meses, gerou impactos nos serviços prestados pelo INSS, como o atendimento a beneficiários e a análise de pedidos de aposentadoria e outros benefícios.

No entanto, os servidores afirmam que a paralisação é uma forma de pressionar o governo a tomar atitudes concretas em relação às suas demandas, que até o momento não foram plenamente atendidas.

Impasse no INSS continua sem previsão de término

Apesar da assinatura dos dois acordos com o Ministério da Gestão e Inovação (MGI), a categoria permanece mobilizada, aguardando por uma negociação mais ampla. Enquanto isso, o impasse entre servidores e governo continua, com a greve sem data prevista para terminar.