A maior parte das autoridades do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) concordou com o corte de 50 pontos-base, segundo a ata do FOMC divulgada nesta quarta-feira (9).
O movimento deu início ao ciclo de corte de juros na taxa fed funds. Segundo o documento, a decisão de reduzir a taxa de referência para uma faixa entre 4,75% e 5% foi apoiada por 11 dos 12 membros.
No entanto, a ata reforça que não significa que esse é o novo ritmo a ser seguido pela autoridade.
Mais uma vez o Fed ressaltou que a autarquia é dependente de dados econômicos para decidir qual será o ritmo dos próximos cortes.
Ainda conforme a ata, aqueles que pediram por um corte maior “observaram que tal recalibração da postura da política monetária começaria a alinhá-la melhor com os indicadores recentes de inflação e do mercado de trabalho”.
“Era importante comunicar” para que a medida “não fosse interpretada como evidência de uma perspectiva econômica menos favorável”, disse a ata.
Alguns membros observaram que havia um argumento plausível até para um corte de 25 pontos-base já na reunião anterior, de julho, e que os dados durante o período entre as reuniões forneceram mais evidências de que a inflação estava em um caminho sustentável em direção a 2%.
Qual o balanço da ata do FOMC?
Para o economista Maykon Doulgas, o Fed explicitou que a dinâmica recente no mercado de trabalho deixou de ser um problema no combate à inflação, e que o foco é evitar um “hard landing”.
“Logo, o cenário não parece ser de pausa nos cortes na próxima reunião, mesmo após a forte surpresa positiva no último Payroll. Ao menos, os dados não demandam uma pausa por ora”, analisa.
No entanto, ele ressalta que, devido à resiliência da atividade agregada, o Fed tende a seguir com cortes de 25 bps nos próximos encontros deste ano.