Uma estimativa feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que apenas 5,1% dos brasileiros recorrem a tratamento com psicoterapia. A startup PsyMeet surge como um caminho para melhorar essa projeção, oferecendo terapia social.
A SpaceMoney conversou com João Vitor dos Santos, confudador da plataforma, para entender como a plataforma ajuda especialmente grupos que enfrentam barreiras financeiras e logísticas.
Plataforma de terapia social: PsyMeet
Em 2019, Santos e mais dois colegas da faculdade de Engenharia Mecânica, inspirados por uma matéria de Psicologia Aplicada ao Trabalho, identificaram um problema na saúde mental dos estudantes universitários.
“Percebemos que, no mundo acadêmico, não havia um suporte adequado para o aluno que, assim como o trabalhador, também sofre pressões, tem que equilibrar vida pessoal, acadêmica e, às vezes, até um estágio,” explicou.
Foi a partir dessa percepção que nasceu a PsyMeet. A plataforma, de terapia online, com foco inicial em atender alunos universitários, se expandiu para outras camadas da sociedade.
Segundo definição da própria startup, “a PsyMeet existe para facilitar o acesso de pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica a psicólogos treinados que estão prontos para cuidar da sua saúde mental”.
Como funciona o PsyMeet?
O modelo da PsyMeet se diferencia pela facilidade da acessibilidade. O fundador explica que o paciente pode escolher diretamente o profissional com quem deseja realizar a terapia.
Os usuários conseguem filtrar por demanda específica, como ansiedade ou procrastinação, e até pelo acompanho que deseja.
É possível filtrar por dezenas de abordagens. Psicanálise em várias linhas e Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) são exemplos de acompanhamentos disponíveis na plataforma.
“O objetivo [da PsyMeet] é conseguir levar absolutamente todas as opções para esses públicos que muitas vezes não tem essa noção e podem nunca terem tido esse contato com questão da terapia”, disse Santos.
O cofundador destacou que a ligação é direto entre o paciente e o profissional. “A ideia é que seja algo bem simples e acessível, com o mínimo de burocracia possível”, destacou.
Pagamento de terapia social
O paciente não precisa possuir um cadastro na PsyMeet e faz o contato diretamente pelo WhatsApp do psicólogo desejado.
“O profissional que quer alcançar esse público deve fazer uma assinatura na plataforma. Então o profissional que está interessado em alcançar os pacientes, faz a assinatura para captar pacientes ao redor do país inteiro”, explicou Santos.
Dessa forma, os terapeutas podem ser contratos sem limite, sem a necessidade de transferir algo para plataforma. O fundador informa que 100% do valor pagos pelas sessões ficam para os psicólogos.
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João Vitor dos Santos contextualiza que o grande objetivo da plataforma é levar a terapia para as pessoas que necessitam e estão em situação de vulnerabilidade.
Por isso, as sessões disponibilizadas na plataforma possuem um valor mínimo de R$30.
Atualmente, as terapias tradicionais custam em média R$ 100, o que pode dificultar o acesso frente a outras necessidades da população brasileira.
Segurança para os atendimentos
A startup também tem foco na segurança, verificando a qualificação de todos os profissionais cadastrados. Ao fazer a assinatura no site, o psicólogo disponibiliza o número do Conselho Regional de Psicologia (CRP).
O Conselho regula e normatiza o trabalho dos terapeutas. Assim, os profissionais seguem os princípios éticos da classe profissional.
O fundador afirma que o próprio sistema do Conselho Federal já testa a situação de regularidade do psicólogo. Assim, somente os profissionais regularizados conseguem se cadastram na plataforma.
Terapia social e saúde mental no Brasil
A psicóloga Gabrielle Chemieski, colaboradora da PsyMeet, ressalta a importância da terapia social no Brasil atualmente. “A terapia social atualmente é muito importante porque nem sempre as pessoas têm a possibilidade de arcar financeiramente com uma psicoterapia de valor particular”.
Para a profissional, “problemas sociais existem e são reais. Além de que, alguns problemas abarcam todas as classes sociais”. Assim, é importante acolher todas as classes.
Gabrielle se tornou parte da PsyMeet motivada pela vontade de ajudar aqueles que não têm condições de arcar com tratamentos convencionais.
Ela afirma que com a plataforma há a “oportunidade de todos serem ouvidos e acolhidos dentro das angústias que eles trazem”.
O futuro da terapia social e da PsyMeet
Chemieski ainda destaca que o impacto da terapia pode ser profundo e vai além da simples melhora emocional.
“E esse processo acaba sendo muito enriquecedor tanto para pessoa que consegue ser acolhida consegue ser ouvida por um profissional da Psicologia, quanto também para a sociedade de modo geral”, comenta.
Com planos de aumentar a conscientização sobre a saúde mental, o cofundador da plataforma informou a expectativa da empresa é ampliar seu alcance. Para ele, o grande objetivo da PsyMeet é “atingir públicos que nem sequer sabiam que a terapia é uma opção”.
“A gente vai apresentar a terapia como uma alternativa e mostrar que é, sim, uma solução real, para que essas pessoas possam, de fato, começar a cuidar de si mesmas”, finaliza Santos.
