Economia

DÓLAR HOJE - Oriente Médio e eleições nos EUA pressionam câmbio, com corte de gastos no Brasil no radar

Dólar inicia o dia em queda de 0,38%, cotado a R$ 5,635

Dolar-Moeda estrangeira
Dolar-Moeda estrangeira

ATUALIZAÇÕES DE COTAÇÕES DO DÓLAR:

  • – 17:00: Dólar comercial (compra): +0,14%, cotado a R$ 5,66.
  • – 9:17: Dólar comercial (compra): -0,38%, cotado a R$ 5,635.

Na sessão anterior…

Na última terça-feira, 15 de outubro, o dólar comercial (compra) fechou em alta de 1,33%, cotado a R$ 5,65.

O que motivou a alta?

O cenário global de aversão ao risco tem pressionado o câmbio, com fatores como o efeito Trump (com possíveis tarifas nas importações), no âmbito das eleições presidenciais nos EUA, a queda no preço do petróleo, preocupações com a economia chinesa e tensões no Oriente Médio.

Esses fatores levaram à alta do dólar, apesar da expectativa de cortes de gastos no Brasil após as eleições municipais.

Nos EUA, Mary Daly, do Federal Reserve (FED) de São Francisco, sinalizou possíveis cortes de juros ainda este ano, caso os dados de inflação continuem em queda.

A taxa de juros americana está entre 4,75% e 5%.

Enquanto isso, no Oriente Médio, o ministro da Defesa de Israel anunciou um possível contra-ataque ao Irã em resposta a um recente ataque.

Brasil

Nesta quarta-feira (16), o mercado financeiro local acompanha a coletiva sobre o horário de verão com o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira (PSD-MG), às 13:30.

Além disso, o fluxo cambial semanal e a reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com bancos para discutir bets e taxas de super-ricos também estão no radar.

Rigor fiscal

Simone Tebet (MDB-MS), ministra do Planejamento e Orçamento, comentou que o primeiro pacote econômico a ser apresentado ainda neste ano vai ser menor em comparação ao que deve vir futuramente.

Após uma reunião com Fernando Haddad (PT-SP), ministro da Fazenda, ficou claro que o governo deseja ajustar as expectativas sobre as medidas.

Tebet destacou que o tempo restante para o fim do ano era curto para colocar todas as revisões estruturais em pauta e que novas propostas serão discutidas até 2026.

Ela também afirmou que algumas discussões, como a política de valorização do salário mínimo, estão fora de cogitação por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que assegura que o mínimo sempre vai crescer acima da inflação.

A agenda de revisão de gastos deve ser submetida à aprovação do presidente da República após o segundo turno das eleições municipais, e o governo vai discutir o máximo de medidas possíveis com o Congresso Nacional.

Tebet mencionou que algumas propostas ficarão para uma terceira etapa, com foco em medidas que possam gerar impacto fiscal entre R$ 1 bilhão e R$ 5 bilhões, e estima uma liberação de até R$ 20 bilhões no Orçamento, embora outras fontes econômicas prevejam um impacto entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões em 2025.

A revisão dos gastos tributários, que envolvem cerca de R$ 600 bilhões em renúncias fiscais, vai ficar para o próximo ano.

Sobre os super-salários no setor público, Tebet reconheceu a questão como ilegal e inconstitucional, mas não definiu um prazo para sua inclusão na agenda.

Auxílio-gás

O ministro Fernando Haddad (PT-SP) conquistou uma vitória em sua busca pelo equilíbrio fiscal após a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de retirar a urgência da análise do projeto de lei que criaria uma nova forma de operacionalizar o auxílio-gás.

O presidente da República interveio no conflito entre o ministro da Fazenda e o ministro Alexandre Silveira (PSD-MG), de Minas e Energia (MME).

A proposta defendida por Silveira permitiria que a Caixa Econômica Federal (CEF) recebesse o dinheiro diretamente das empresas de petróleo, o que especialistas consideram uma forma de driblar o limite de despesas do arcabouço fiscal, algo rejeitado por Fernando Haddad.

A princípio, o programa prevê quadruplicar o orçamento do Auxílio-Gás até 2026, de R$ 3,4 bilhões para R$ 13,6 bilhões.

Meta de inflação

Em carta ao Conselho Monetário Nacional (CMN), um grupo de economistas sugere aumentar a meta de inflação de 3,0% para 4,0%, uma vez que observam o alvo atual como disfuncional.

Eles acreditam que a meta de 3%, considerada excessivamente baixa, pressiona setores com preços menos rígidos e prejudica a economia.

Entre os signatários da carta estão Nelson Marconi, Luiz Gonzaga Belluzo, Leda Paulani e Demian Fiocca.

Eles pedem uma revisão da política econômica.

EUA

Nesta quarta-feira (16), o mercado norte-americano lida com uma agenda de indicadores e de eventos esvaziada.

Investidores por lá monitoram a temporada de balanços. Nesta quarta-feira (16), chegou a vez do Morgan Stanley divulgar números.

Europa

Reino Unido – A inflação ao consumidor (CPI) do Reino Unido subiu 1,70% em setembro, abaixo da previsão de 1,90%, segundo o ONS, o órgão de estatísticas do país. No mês, o CPI ficou estável.

O núcleo do CPI, que exclui energia e alimentos, aumentou 0,10% em setembro e 3,2% em relação ao ano anterior, abaixo das expectativas de 0,30% e 3,4%, respectivamente.

Zona do Euro – O mercado financeiro observa Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), discursar em evento.