A Receita Federal apreendeu 72 ampolas do medicamento Mounjaro (tirzepatida), popularmente conhecido como “Ozempic dos ricos”, na madrugada de quarta-feira (23), no Aeroporto Internacional do Recife.
Avaliado em aproximadamente R$150 mil, o medicamento estava com um passageiro que desembarcava de um voo vindo de Lisboa, Portugal.
A retenção aconteceu devido à suspeita de que o produto seria comercializado de forma irregular no Brasil.
Fabricado por um laboratório americano, o Mounjaro não é vendido oficialmente no país, embora tenha recebido autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso desde setembro de 2023.
Medicação usada off-label para perda de peso
O Mounjaro tem se tornado popular entre pessoas de maior poder aquisitivo, devido ao seu elevado custo, sendo considerado uma alternativa ao Ozempic, medicamento mais conhecido no mercado.
O preço de uma unidade de Mounjaro pode chegar a R$3.782,17, o que o torna uma opção viável apenas para quem pode arcar com os altos valores.
Embora seu uso primário seja para o tratamento de diabetes tipo 2, muitas pessoas estão recorrendo à tirzepatida como uma solução para perda de peso, em uma prática conhecida como uso off-label, ou seja, fora das indicações oficiais.
A medicação é frequentemente adquirida fora do Brasil, em países onde o uso para emagrecimento é permitido, como nos Estados Unidos.
Apreensão motivada por suspeita de revenda
A fiscalização da Receita Federal concluiu que a quantidade de ampolas retidas sugeria a intenção de revenda, o que motivou a apreensão.
Importar medicamentos em grandes quantidades para revenda no Brasil sem autorização adequada configura infração e pode acarretar penalidades.
Até o momento, a Receita Federal não divulgou informações detalhadas sobre o passageiro envolvido, nem esclareceu se ele será responsabilizado judicialmente pela tentativa de entrada com o produto em solo brasileiro.
O caso será investigado para verificar se há uma rede de comércio irregular por trás da importação.
Alertas sobre o uso do Mounjaro
Especialistas alertam para os riscos do uso de medicamentos como o Mounjaro sem acompanhamento médico adequado, sobretudo porque o produto ainda não foi aprovado no Brasil para tratamentos relacionados à obesidade.
O uso indiscriminado de fármacos dessa natureza pode acarretar problemas de saúde graves, como efeitos colaterais desconhecidos ou interações perigosas com outros medicamentos.
Além disso, a importação e comercialização de medicamentos sem as devidas licenças coloca em risco a saúde dos usuários, uma vez que a procedência e a qualidade do produto podem não ser verificadas conforme as regulamentações brasileiras.