A Polícia Federal (PF) incluiu o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) como investigado no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado no Brasil.
A inclusão do parlamentar ocorre em meio à apuração de mensagens e documentos que apontam sua suposta participação em atividades antidemocráticas.
Ramagem foi candidato a prefeitura do Rio de Janeiro. Porém, perdeu para Eduardo Paes (PSD) no primeiro turno.
Mensagens sobre as urnas eletrônicas
Em julho, a PF encontrou mensagens enviadas por Ramagem, nas quais ele orientava o então presidente Jair Bolsonaro (PL) a questionar a legitimidade das urnas eletrônicas após sua derrota nas eleições de outubro de 2022.
Desde então, a investigação revelou mais elementos, incluindo e-mails e documentos que reforçam as suspeitas sobre a atuação do deputado.
Depoimentos corroboram as investigações
Além das mensagens, a PF também recebeu depoimentos que corroboram as evidências, levando à decisão de incluir Ramagem no inquérito.
Fontes informaram à CNN que os e-mails encontrados estão “no contexto do golpe” e indicam um envolvimento mais profundo do deputado do que apenas orientações a Bolsonaro.
Depoimento de Ramagem
Com base nas evidências coletadas, a PF intimou Ramagem a prestar esclarecimentos em um depoimento que ocorrerá na terça-feira (5), à tarde, na sede da Polícia Federal em Brasília.
O parlamentar será questionado sobre sua possível participação nos atos investigados, especialmente considerando que ele foi o chefe da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) durante o governo Bolsonaro.
O interrogatório de Ramagem faz parte da fase final do inquérito que investiga Bolsonaro, ex-ministros e militares do Exército.
A CNN já havia noticiado que a conclusão do caso foi adiada para novembro, em razão das novas evidências encontradas envolvendo os suspeitos.
O compartilhamento de provas foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ampliando o escopo da investigação.
Outros depoimentos
Além do deputado, outros nomes de militares, incluindo um general e coronéis do Exército, serão convocados pela PF na quarta-feira (6) para prestar esclarecimentos.