Economia

Ciclo de alta de juros pode ser mais prolongado se inflação não der trégua, diz ata do Copom

O Banco Central considerou adequado elevar a taxa Selic em um valor maior, dadas as atuais condições econômicas e as incertezas futuras.

Boletim Focus e sua importância
Boletim Focus: documento essencial para compreender as projeções econômicas do Brasil, publicado semanalmente pelo Banco Central com dados do mercado financeiro | Reprodução

Em ata divulgada nesta terça-feira (12), o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) diz que considerou adequado elevar a taxa Selic em um valor maior, dadas as atuais condições econômicas e as incertezas futuras.

Além disso, o BC reforçou que o movimento reflete o compromisso com a convergência da inflação para a meta.

A ata diz ainda que uma maior deterioração nas expectativas de inflação pode levar a um ciclo de aperto da política monetária mais prolongado.

Em decisão na quarta-feira passada, 6 de novembro, o Copom elevou a taxa Selic em 50 pontos-base, para 11,25% ao ano. A decisão foi unânime.

Balanço de riscos do Copom

O Comitê avalia que há uma assimetria altista em seu balanço de riscos para os cenários prospectivos para o IPCA. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se:

  • (i) uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado;
  • (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado;
  • (iii) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se
  • (i) uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada;
  • (ii) os impactos do aperto monetário sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.