O senador Cleitinho (Republicanos-MG), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, defendeu nesta terça-feira (12) a revisão da jornada de trabalho 6×1, que determina seis dias de trabalho para um de descanso.
Em pronunciamento no Senado, ele ressaltou que a escala prejudica a qualidade de vida dos trabalhadores, impedindo momentos de convivência com suas famílias e afetando sua saúde física e mental.
A crítica de Cleitinho soma-se ao debate na Câmara dos Deputados, onde uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), sugere mudanças nessa escala de trabalho.
Experiência pessoal e crítica à escala 6×1
Durante o discurso, Cleitinho relembrou a trajetória de seu pai, que trabalhava em uma jornada ainda mais exaustiva, de 7×0, sem um dia de descanso.
“Meu pai não ia aos meus jogos de futebol, não assistia às minhas apresentações… não porque não queria, mas porque não tinha tempo, sempre trabalhou”, lamentou o senador.
Ele compartilhou essa experiência para ilustrar o impacto negativo da escala 6×1 na vida familiar e no desenvolvimento pessoal dos trabalhadores, enfatizando que muitos brasileiros enfrentam a mesma realidade e precisam de uma mudança que valorize seu tempo e sua qualidade de vida.
Cleitinho também apontou que, apesar das reformas trabalhista e previdenciária já aprovadas pelo Congresso Nacional, o Brasil ainda carece de uma medida que realmente beneficie os trabalhadores e traga mais equilíbrio entre os interesses das empresas e os direitos dos empregados.
Equilíbrio e crítica à classe política
No pronunciamento, o senador refutou o argumento de que a economia brasileira não suportaria uma mudança na jornada de trabalho.
“Não caiam nessa ladainha de falar que o país está quebrado. Este país nunca esteve quebrado. Este país sempre foi roubado”, declarou, referindo-se a problemas históricos de corrupção.
Cleitinho argumentou que a revisão para uma escala mais justa, como o modelo 5×2, não traria prejuízos econômicos e que a classe política deveria agir em favor de condições de trabalho melhores para a população.
“Vamos valorizar tanto o empresário quanto o trabalhador. Isso é equilíbrio. A balança tem que estar igual”, acrescentou Cleitinho, reforçando a necessidade de uma jornada que seja viável para as empresas sem sacrificar os direitos e a saúde dos trabalhadores.
Cleitinho concluiu seu discurso solicitando que o Congresso Nacional priorize medidas que melhorem as condições de trabalho no país.
“O trabalhador brasileiro precisa ser respeitado. Chega de falar em reformas sem resultado prático para quem mais sofre com jornadas abusivas”, enfatizou o senador.