O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), presta um novo depoimento à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (19), em Brasília.
O militar, que colabora com as investigações após firmar um acordo de delação premiada, figura como peça-chave em diversos inquéritos que apuram ações ilícitas durante o governo Jair Bolsonaro.
Entre os casos investigados estão as fraudes em certificados de vacinação contra a Covid-19, a tentativa de golpe de Estado supostamente planejada por membros do alto escalão do governo e o esquema de venda de joias e outros presentes recebidos por Jair Bolsonaro de autoridades estrangeiras.
De acordo com o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, o novo depoimento faz parte da tramitação natural das investigações.
“Não há nenhuma preocupação da defesa de que o acordo de delação seja reavaliado. É comum que novas informações surjam durante o inquérito”, afirmou.
Riscos ao acordo de colaboração de Mauro Cid
Apesar das declarações do advogado, Mauro Cid corre o risco de perder os benefícios da delação premiada caso a PF conclua que ele descumpriu suas obrigações.
Isso não invalidaria o conteúdo da colaboração, mas poderia levar à suspensão de vantagens como o direito de permanecer em liberdade.
Cid foi preso em março deste ano por descumprir medidas cautelares e por supostamente obstruir a Justiça.
Durante essa prisão, áudios vazados revelaram críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator dos casos, e acusações de que o militar teria sido pressionado a delatar fatos que não ocorreram.
No entanto, após a confirmação das informações fornecidas por Cid, o ministro autorizou sua soltura provisória em maio.
As investigações também miram o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo, inclusive ministros e militares, que teriam participado da elaboração de um plano contra o Poder Judiciário.