Brasil esteve "mais perto do inimaginável”, diz Barroso sobre plano contra Lula

Presidente do STF, Barroso, destaca gravidade do plano contra a posse de Lula e elogia resistência das instituições democráticas brasileiras

Brasília – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso participa da palestra Direito à Água promovida pela UniCEUB (José Cruz/Agência Brasil)
Brasília – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso participa da palestra Direito à Água promovida pela UniCEUB (José Cruz/Agência Brasil)

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse nesta terça-feira (19) que as investigações em curso apontam que o Brasil esteve “mais perto do que imaginávamos do inimaginável”.  

O ministro se referia à Operação Contragolpe, da Polícia Federal, que apura um plano de militares para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. 

Barroso fez a declaração durante uma sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), classificando as informações divulgadas como estarrecedoras destacando a necessidade de combater comportamentos antidemocráticos. 

‘O que é possível dizer é que o golpismo, o atentado contra as instituições e contra os agentes públicos que as integram nada tem a ver com ideologia e opções políticas”, declarou o ministro.

Para ele, é “apenas a expressão de um sentimento antidemocrático e de desrespeito ao Estado de Direito. Estamos falando de crimes previstos no Código Penal”.  

Operação Contragolpe 

A operação comentada por Barroso foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes e teve como alvo um general da reserva, um policial federal e militares com formação nas forças especiais, conhecidos como “kids pretos”.  

Segundo a Polícia Federal, o grupo tinha um plano para assassinar o então presidente eleito Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio ministro Alexandre de Moraes. 

De acordo com as investigações, o objetivo do plano seria inviabilizar a posse de Lula e dar início a um golpe de Estado.  

“Uma desonra para o país”, diz Barroso  

“É preciso empurrar para a margem da história comportamentos como esses que estão sendo noticiados pela imprensa e que são uma desonra para o país”, destacou Barroso.  

O ministro também destacou o funcionamento das instituições como uma prova de que a democracia brasileira está consolidada. “Felizmente nós já superamos os ciclos do atraso”, completou.