O inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado chega a uma etapa decisiva nesta quinta-feira (21), com indícios que podem resultar no indiciamento de figuras centrais da política nacional. Entre os nomes destacados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto (candidato a vice-presidente, em 2022), o delegado Alexandre Ramagem (candidato a prefeito do Rio de Janeiro, em 2024) e, possivelmente, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, de acordo com o blog da colunista Míriam Leitão, do jornal O Globo.
Fontes próximas à investigação confirmaram à Leitão que “ninguém fica impune” diante dos elementos apurados até o momento.
Documento de 700 páginas detalha provas e conexões
O material produzido pela Polícia Federal alcança 700 páginas e reúne informações que podem embasar os pedidos de indiciamento.
De acordo com as fontes, cabe ao ministro Alexandre de Moraes, relator no Supremo Tribunal Federal (STF), decidir se o conteúdo vai ser ou não divulgado publicamente.
O relatório promete trazer detalhes sobre as conexões e possíveis responsabilidades no planejamento e execução da tentativa de ruptura institucional.
Luiz Eduardo Ramos fora de lista inicial
Apesar de sua atuação estratégica durante os três anos e meio em que ocupou posições-chave no governo Bolsonaro, o general Luiz Eduardo Ramos não está, até o momento, incluído entre os nomes apontados no inquérito.
Fontes indicaram que a exclusão se deve a um “excesso de rigor” na análise de elementos contra ele.
A ausência de provas consideradas “suficientes” para incriminá-lo foi determinante para que ele não fosse incluído no pedido inicial de indiciamento.
Alexandre Ramagem: nome central no inquérito da ABIN Paralela
O delegado Alexandre Ramagem, apontado como figura importante no inquérito da tentativa de golpe, também é investigado no caso da suposta criação de uma ABIN Paralela.
Este último inquérito apura se o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) mantinha participação em atividades clandestinas relacionadas à articulação de ações para favorecer aliados políticos do governo Jair Bolsonaro (PL).
Indícios contra Bolsonaro e Braga Netto elevam pressões
Jair Bolsonaro, que já enfrenta uma série de outras investigações, pode ser indiciado como um dos principais articuladores do plano golpista.
A inclusão do general Walter Braga Netto, que foi ministro da Defesa e companheiro de chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022, reforça a tese de que o núcleo militar do governo mantinha participação relevante nas ações investigadas.
Valdemar Costa Neto corre o risco de ser indiciado
Outro nome que pode figurar no pedido de indiciamento: o de Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL).
Sua posição como aliado estratégico de Jair Bolsonaro e líder de uma das maiores bancadas do Congresso Nacional o coloca no centro das atenções das investigações.
Moraes decide sobre sigilo do inquérito
A decisão sobre tornar público o relatório cabe exclusivamente ao ministro Alexandre de Moraes.
Se o documento de 700 páginas for disponibilizado, pode trazer à tona uma série de revelações que explicam os desdobramentos do plano de ruptura democrática.
Próximos passos da investigação
Com o encerramento desta etapa do inquérito, cabe agora à Justiça decidir se aceita os pedidos de indiciamento apresentados pela Polícia Federal.
Caso sejam acatados, os envolvidos poderão enfrentar processos judiciais que incluem acusações graves, como conspiração contra a ordem democrática.
As informações são do blog da colunista Míriam Leitão, do jornal O Globo.