Conflito no Leste Europeu

Ucrânia acusa Rússia de lançar míssil balístico intercontinental

De acordo com autoridades ucranianas, os mísseis balísticos utilizados possuem alcance de milhares de quilômetros e podem carregar tanto ogivas nucleares quanto bombas convencionais

Volodymyr Zelensky
Volodymyr Zelensky | Foto/Angela Weiss/AFP via Getty Images

Na madrugada desta quinta-feira (21), Kiev foi alvo de um ataque com míssil balístico intercontinental, um marco inédito desde o início da guerra na Ucrânia.

A informação foi divulgada pelo governo de Volodimir Zelensky, que atribuiu o disparo à região de Astrakhan, no sul da Rússia.

De acordo com autoridades ucranianas, os mísseis balísticos utilizados possuem alcance de milhares de quilômetros e podem carregar tanto ogivas nucleares quanto bombas convencionais.

Contudo, detalhes sobre o tipo específico de míssil empregado não foram revelados.

O Kremlin, por sua vez, limitou-se a negar responsabilidades diretas.

Dmitry Peskov, porta-voz oficial de Vladimir Putin, rebateu as declarações ucranianas e reafirmou a postura defensiva da Rússia em relação ao conflito.

Ações recentes do Ocidente em favor da Ucrânia acirram conflito

O ataque ocorre poucos dias após os Estados Unidos e o Reino Unido autorizarem o uso de seus mísseis por parte das forças ucranianas para atingir alvos em território russo.

Essa decisão, negociada entre Joe Biden, Volodimir Zelensky e autoridades britânicas, gerou fortes reações da Rússia.

Segundo especialistas, a ampliação do apoio militar do Ocidente marca uma escalada significativa no conflito e aumentou os temores de uma guerra declarada entre a OTAN e Moscou.

Em resposta, o Kremlin revisou sua doutrina militar e flexibilizou os critérios para o uso de armas nucleares.

Ataque a Dnipro e resposta da Ucrânia

Fontes ucranianas indicaram que o ataque russo teria como alvo empresas e infraestrutura estratégica na cidade de Dnipro.

Apesar da gravidade da situação, as Forças Aéreas da Ucrânia não forneceram informações sobre possíveis danos ou vítimas.

O Kremlin, no entanto, anunciou a interceptação de dois mísseis de cruzeiro britânicos Storm Shadow, em reforço ao uso ativo de sistemas de defesa aérea.

EUA e OTAN em meio às críticas russas

Outro fator que contribuiu para a intensificação das tensões foi a inauguração de uma base de defesa aérea dos Estados Unidos em Redzikowo, na Polônia, no último dia 13 de novembro.

A instalação, parte do sistema Aegis Ashore da OTAN, gerou duras críticas de Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

Essa foi mais uma provocação em uma série de ações profundamente desestabilizadoras por parte dos americanos e de seus aliados na aliança do Atlântico Norte. Isso leva ao enfraquecimento da estabilidade estratégica e ao aumento dos riscos estratégicos”, afirmou Zakharova.

Ela ainda alertou que a base polonesa foi incluída na lista de alvos prioritários de Moscou, e pode ser atingida “com uma ampla gama de armas avançadas”, caso necessário.

Cenário internacional de alerta

As ações recentes acenderam o alerta na comunidade internacional, com líderes europeus e norte-americanos temendo uma escalada sem precedentes no conflito.

Enquanto Zelensky pressiona o Ocidente por maior liberdade no uso de armas, os riscos de um confronto direto entre potências nucleares se tornam cada vez mais evidentes.