O Concurso Nacional Unificado (CNU), apelidado de “Enem dos Concursos”, enfrentou mais um adiamento no cronograma de resultados.
Após uma série de impasses judiciais e debates envolvendo candidatos, Ministério Público Federal (MPF), União e a Fundação Cesgranrio, a data de divulgação dos resultados finais passou de 21 de novembro de 2024 para 11 de fevereiro de 2025.
Reajustes no certame
A primeira edição do concurso, realizada em 18 de agosto, foi marcada por controvérsias que agora começam a ser resolvidas com a assinatura de um acordo entre os envolvidos. Entre os principais pontos tratados estão:
- Reintegração de candidatos eliminados: Foram reintegrados os candidatos que cometeram erros no preenchimento das opções de identificação no cartão de resposta, mas cujas provas puderam ser identificadas de forma segura.
- Ajustes para cotistas negros: Ampliou-se o número de provas corrigidas para esses candidatos, visando maior equidade com os da ampla concorrência, em conformidade com a Instrução Normativa nº 23.
- Inclusão de títulos para Analistas Técnicos de Políticas Sociais (ATPS): O edital foi corrigido para exigir a apresentação de títulos para os cargos dos blocos 4 e 5, em atendimento à legislação vigente.
Inicialmente, as posses e os cursos de formação dos aprovados estavam previstos para começar em dezembro de 2024 e janeiro de 2025, respectivamente.
Agora, com o novo calendário, a lista de aprovados será divulgada em fevereiro, e as etapas finais do concurso ainda não têm datas definidas.
Segundo Alexandre Retamal, coordenador-geral de Logística do CNU, não é possível afirmar se as notas de corte serão alteradas. Ele destacou, porém, que as notas individuais já corrigidas permanecem inalteradas.
Para Karoline Busatto, consultora jurídica do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o acordo firmado garante mais segurança jurídica ao certame.
“O objetivo do acordo é pacificar os pontos em debate e assegurar a integridade do concurso. Este é um processo de amadurecimento, como foi o caso do Enem em seus primeiros anos”, afirmou.
O CNU em números
A primeira edição do CNU ofertou 6.640 vagas em 21 órgãos da administração pública federal.
As provas foram aplicadas em 18 de agosto, em 228 municípios de todo o Brasil, com abstenção de 54,12% dos candidatos inscritos — equivalente a mais de 2,1 milhões de inscritos, consolidando o CNU como o maior concurso público da história do país.
Com informações de Metrópoles.