Criptomoedas

Como está o mercado de ETF cripto no Brasil?

Mercado nacional de ETFs cripto mostra maturidade com 14 fundos na B3, oferecendo exposição diversificada a ativos digitais com segurança regulatória

ETF cripto
ETFs de criptomoedas ganham força no mercado brasileiro com regulamentação sólida e crescimento expressivo, atraindo investidores institucionais e varejo | Freepik

O mercado de ETFs (Exchange-Traded Funds) de criptomoedas no Brasil está refletindo o interesse cada vez maior dos investidores em ativos digitais. Esses fundos negociados em bolsa oferecem uma maneira prática e segura de investir em criptomoedas sem a necessidade de adquiri-las diretamente. Com o avanço da regulamentação e a entrada de novos produtos no mercado, os ETFs se são uma das formas mais acessíveis de participar do mercado cripto no Brasil.

O que são ETFs de criptomoedas?

Os ETFs de criptomoedas são fundos que replicam o desempenho de ativos digitais, como Bitcoin, Ethereum ou uma cesta variada de criptos. Eles são negociados em bolsas como ações, o que facilita sua aquisição por investidores individuais e institucionais. Além disso, os ETFs eliminam a necessidade de gerenciar diretamente as criptomoedas, reduzindo riscos relacionados a segurança e armazenamento.

No Brasil, os ETFs têm sido uma porta de entrada para investidores que buscam exposição a criptos com potencial, aproveitando o intenso crescimento do setor sem lidar diretamente com a alta volatilidade do mercado de criptomoedas.

A evolução do mercado de ETFs cripto no Brasil

O lançamento do primeiro ETF de criptomoedas no Brasil, o HASH11, pela gestora Hashdex em abril de 2021, fez história no mercado. Esse fundo, que segue o Nasdaq Crypto Index, trouxe aos brasileiros a possibilidade de diversificar seus investimentos com um produto regulamentado e negociado na B3.

Desde então, o mercado nacional tem crescido rapidamente. Atualmente, existem 14 ETFs de criptomoedas registrados na B3, cobrindo desde grandes nomes como Bitcoin e Ethereum até projetos alternativos como Solana (SOL) e Cardano (ADA). Esse crescimento demonstra o interesse dos investidores e a confiança em produtos regulamentados e estruturados.

Últimos dados do mercado brasileiro

  • HASH11 (Hashdex Nasdaq Crypto Index): Um dos ETFs mais populares, com um rendimento acumulado de 69,77% no ano até julho de 2024 e um volume médio diário de R$ 30,2 milhões.
  • BITH11 (Hashdex Bitcoin Reference Price): Focado exclusivamente no Bitcoin, registrou um rendimento impressionante de 72,49% no mesmo período.
  • QBTC11 (QR CME CF Bitcoin Reference Rate): Outro ETF de Bitcoin, apresentou retorno de 67,64% em 2024, com volume médio diário de R$ 6,1 milhões.

Os números surpreendem, mas não são a única vantagem. Os ETFs permitem que qualquer investidor com conta em uma corretora negociada na B3 invista em criptomoedas, e, por serem regulados, eliminam riscos como perda de chaves privadas ou ataques cibernéticos. Além disso, alguns ETFs oferecem exposição a várias criptomoedas, reduzindo o impacto da volatilidade de ativos individuais.

Mas, embora os ETFs sejam mais estáveis do que a compra direta de criptomoedas, eles ainda sofrem com a volatilidade do mercado. E alguns ETFs possuem taxas mais altas em comparação com fundos tradicionais, o que pode impactar a rentabilidade. E as mudanças na legislação podem impactar negativamente o mercado, especialmente se forem mais restritivas.

A regulamentação e a segurança no Brasil

Falando em regulamentação, o Brasil é um dos países com maior abertura regulatória para ETFs de criptomoedas na América Latina. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem um papel muito importante na supervisão desses produtos, garantindo que eles atendam a critérios rigorosos de transparência e segurança.

Além disso, a B3, que é a única bolsa de valores brasileira, oferece a infraestrutura necessária para negociação, o que aumenta a confiança dos investidores. Em paralelo, o governo brasileiro tem avançado na regulamentação geral das criptomoedas, incluindo leis que determinam requisitos de compliance para empresas do setor.

Inovação no mercado de ETFs no Brasil

Além dos tradicionais ETFs de Bitcoin e Ethereum, o Brasil também tem inovado ao introduzir produtos baseados em criptomoedas alternativas e setores emergentes, como DeFi (finanças descentralizadas) e blockchain. Em agosto de 2024, por exemplo, foi lançado o primeiro ETF de Solana (SOL) da América Latina pela QR Asset Management.

A Solana é conhecida por sua eficiência e velocidade, características que a tornam uma das redes de blockchain mais promissoras atualmente. Outro exemplo de inovação é a introdução de ETFs temáticos, que oferecem exposição a projetos relacionados ao metaverso e NFTs (tokens não fungíveis).

Como podemos ver, o mercado de ETFs de criptomoedas no Brasil está apenas começando. Com o aumento do interesse por ativos digitais e a contínua inovação no setor financeiro, é provável que novos produtos sejam lançados nos próximos anos. A entrada de investidores institucionais e a diversificação das ofertas, incluindo ETFs com foco em setores específicos como blockchain e energia sustentável, também indicam um amadurecimento do mercado.

Este texto não é um conselho de investimento, é uma tentativa de manter os entusiastas de criptomoedas cientes dos desenvolvimentos recentes. Quem optar por investir em algum ativo mencionado em qualquer texto o faz por sua conta e risco.