O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez duras declarações nesta segunda-feira (25) sobre as acusações de envolvimento em uma suposta trama golpista, e negou qualquer intento de realizar um golpe de Estado após sua derrota nas eleições presidenciais de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O ex-mandatário se manifestou em Brasília (DF), onde foi cercado por aliados, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Coronel Zucco (PL-RS), além de ter afirmado que sempre agiu dentro das quatro linhas da Constituição Federal e refutado a ideia de que tenha participado de um movimento para desestabilizar o regime democrático.
Ex-presidente negou envolvimento em golpe e reafirma respeito à Constituição
Em suas declarações à imprensa, Bolsonaro afirmou que ser um absurdo sugerir que ele tenha articulado um golpe de Estado, e destacou que tal acusação não passa de uma tentativa de descreditar sua figura.
“Ninguém vai dar golpe com general da reserva e mais meia dúzia de oficiais. Da minha parte, nunca houve discussão de golpe. Se alguém viesse discutir golpe comigo, eu ia falar, e o depois do dia? E no dia seguinte, como que fica? Como que fica o mundo perante a nós?”, disse o ex-presidente.
Bolsonaro fez questão de afirmar que, ao longo de sua gestão, sempre respeitou as normas constitucionais.
“Agora, todas as medidas possíveis dentro das quatro linhas, dentro da Constituição, eu estudei”, completou.
Indiciamento pela Polícia Federal: Bolsonaro e outros 36 são acusados por tramar golpe
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi recentemente indiciado pela Polícia Federal, junto com 36 outras pessoas ligadas ao seu governo, em uma investigação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.
O inquérito investiga a mobilização de militares e apoiadores em frente aos quartéis, que culminou nos atos de vandalismo ocorridos em 8 de Janeiro de 2023, conhecidos como os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília.
De acordo com as investigações, o grupo teria conspirado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito presidente em 2022.
Além disso, existem informações de que, dentro do âmbito militar, circulavam planos para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o que agravaria ainda mais a gravidade das acusações.
A Polícia Federal indiciou o ex-presidente e outros envolvidos pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Investigação segue no STF: Defesa diz confiar em imparcialidade
O inquérito, que agora segue para o Supremo Tribunal Federal (STF), vai ser enviado ao Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, que analisa as evidências e decide sobre possíveis ações judiciais.
A defesa de Bolsonaro, representada pelo advogado Paulo Bueno, demonstrou confiança de que o Ministério Público (MP) vai agir com imparcialidade no caso.
“Esperamos que o MP tenha uma postura isenta ao analisar o caso, sem interferências políticas. Inclusive, na gestão anterior, houve pedidos de arquivamento de inquéritos que foram simplesmente ignorados”, afirmou Bueno.,,,
Apesar de o inquérito ter sido encaminhado para o STF, não existe um prazo definido para a manifestação do Procurador-Geral da República sobre o caso.
Se o PGR decidir apresentar uma denúncia, o processo segue para a Justiça, onde vai ser formalmente acusado o ex-presidente, junto aos demais envolvidos.
Deslocamento de Bolsonaro para Brasília e um encontro com aliados em Maceió
Na tarde de segunda-feira (25), Jair Bolsonaro deixou a capital alagoana, Maceió, com destino a Brasília, onde participou de encontros com aliados políticos.
Durante sua estadia no Nordeste, o ex-presidente se reuniu com Gilson Machado, ex-ministro do Turismo, e outros membros de seu círculo de apoio.
Ao desembarcar em Brasília, Bolsonaro foi cercado por parlamentares do PL, como o senador Flávio Bolsonaro e o deputado Coronel Zucco, que também reforçaram a narrativa de que o ex-presidente jamais esteve envolvido em ações para desestabilizar o governo eleito.
As informações são do site Metrópoles.